(Minghu.org) Eu costumava trabalhar somente para o Epoch Times nas horas de folga quando tinha um trabalho em tempo integral. Porém, há dois anos deixei meu trabalho e comecei a trabalhar em período integral para o Epoch Times.
Enquanto trabalhava como repórter, sentia o meu coração um pouco desequilibrado em relação a alguns companheiros praticantes e sempre gerenciava o que os demais não estavam fazendo bem e nunca enfrentava verdadeiramente meus problemas. Pensei que estava cooperando bem porque fazia o que prometia. Assim, cada vez que aparecia um conflito ou meu coração se movia, apenas aceitava isso, mas dentro de mim sentia ressentimento. O último incidente me deu um aviso e me ajudou a entender que somente melhorando o xinxing e deixando de focar em quem está certo ou quem está errado podemos cooperar bem.
Recentemente minha editora pediu que realizasse um trabalho, o qual eu acreditava que seria muito difícil para mim. No passado, conseguimos lidar com essa situação de diversas maneiras, mas dessa vez, a editora insistiu que eu deveria apenas cumpri-lo. Fiquei muito chateado e me neguei a realizá-lo. Estou certo de que cada um de nós poderia encontrar uma desculpa para ajustar nossas circunstâncias e poderíamos até encontrar os princípios do Fa para justificar nossos próprios pontos de vista. Naquele momento meu coração estava profundamente movido e senti que não podia controlá-lo. Falhei em preservar o meu xinxing e perdi meu temperamento.
Pensei em como os demais não estavam mais me tratando bem, quão injustos eram comigo e como deveria discutir com eles. Percebi que isso ocorria porque cada vez que sentia desequilíbrio no meu coração e tinha uma mentalidade de conflito, eu não abandonava tais apegos. Então os problemas lentamente começaram a se acumular e formaram um forte carma de pensamento.
Comecei a enviar pensamentos retos a esses maus pensamentos que estavam apontando o dedo aos demais e desprezei que eles eram meus. Em cada ocasião, pouco depois de enviar pensamentos retos, o pensamento de discutir com os demais aparecia em minha mente novamente. Assim, novamente enviava pensamentos retos novamente para eliminá-lo. Tão logo este pensamento surgia em minha mente, imediatamente o eliminava e mantinha minha mente num estado calmo. Não havia me purificado dessa maneira por muito tempo. Cada vez que enviava pensamentos retos, sentia que podia fortalecer minha crença reta e também me ajudou a fortalecer minha consciência principal, assim pude ver mais claramente que os pensamentos não eram meus.
Quando comecei a escrever esse artigo, continuava tendo ressentimento em relação aos companheiros praticantes. Continuei enviando pensamentos retos, mas continuava sentindo um pouco de profundo desequilíbrio dentro de mim. Assim, à medida que estava escrevendo, comecei a descrever a situação, como estava pensando e o que estava causando os problemas. Então, repentinamente, parei e me dei conta de que continuava sendo movido por esses pensamentos e era ainda incapaz de me libertar tentando descobrir quem está certo e quem está errado. Pensei: “Como cultivador, se estou errado, então estou errado. Quando encontro um problema, deveria apenas corrigir a mim mesmo. Por que continuo justificando a mim mesmo? Se alguém pode me ajudar a melhorar e apontar meus problemas, não é uma coisa boa?”
O Mestre disse:
“Não lute dessa ou daquela forma e não enfatize quem está certo e quem está errado. Algumas pessoas estão sempre enfatizando que elas estão certas, mas mesmo que você esteja certo, mesmo que você não esteja errado, e daí? Você se melhorou baseado no Fa? O próprio ato de usar um coração humano para salientar quem está certo e quem está errado é em si mesmo errado. Isso é porque você está então usando a lógica de pessoa comum para avaliar a si mesmo e usando aquela lógica para exigir dos outros. Como os deuses veem, se um cultivador está certo ou errado no mundo humano não tem a menor importância, desde que elimine os apegos que vem dos corações humanos é importante e é precisamente como você maneja eliminar aqueles apegos enraizados no seu pensamento humano enquanto você cultiva, que conta como importante.” (“Ensinando o Fa em Manhattan”)
Dei-me conta de que não havia eliminado o ressentimento no meu coração e continuava pensando que os demais estavam equivocados quando os conflitos surgiam. Acreditava que estava cooperando por não discutir. Mas nunca era capaz de renunciar ao meu apego e manter minha opinião sobre os demais. Sempre acreditava que tinha razão e falhava em ver que meu coração estava movido. Como resultado, me sentia bastante contente enquanto podia encontrar falhas nos demais. Em retrospectiva, estava enganando a mim mesmo.
Agora me dou conta de que frequentemente quando eu acreditava que os demais estavam equivocados, estava na realidade julgando os outros pelos meus próprios entendimentos. Não devemos usar o que temos nos iluminado no Fa para medir os outros, mas usá-lo para avaliar a nós mesmos. Por que ficamos nervosos ou nos queixamos quando vemos os defeitos dos outros? Por que nos sentimos injustiçados quando pensamos que estão nos tratando injustamente? Na realidade, deveríamos olhar para dentro em lugar de pensar sobre quanto alguém estava equivocado.
O Mestre disse:
“Até incidentes insignificantes e triviais poderão gerar grandes discussões; após isso, seu esposo ou esposa, confuso, não saberá explicar porque perdeu a calma. Como praticante você deve saber claramente a razão disso: aquela ‘coisa’ veio para que você pudesse dissolver o carma. Para poder superar isso, você tem que se controlar bem durante esses momentos e estar atento ao seu xinxing para reduzir os conflitos a nada. Seja compreensivo e grato para com aqueles que ajudam você a eliminar seu carma.” (Falun Gong)
A editora fez uma regra numa reunião mais tarde, que era para manter um registro das notícias que ela havia organizado. Porém, me neguei a fazê-lo. Logo me dei conta de que a razão por trás disso era que não havia passado a prova na última vez então, desta vez, era uma prova ainda maior. Como eu estava muito claro sobre o porquê disso ter ocorrido, eu mantive a calma e não disse nada.
Dessa vez pude eliminar os maus pensamentos que tinha sobre os demais e também me dei conta de que, se não elimino o meu apego da inveja, seria muito difícil para mim aceitar e ser tolerante com os demais. Também percebi que tinha um forte apego à auto-proteção que, também criou uma divisão entre meus companheiros e eu.
Dessa lição entendi que tendo fortes pensamentos retos e olhar para o interior não deveriam ser somente palavras. O cultivo verdadeiro não está focado em quantos projetos do Dafa alguém está envolvido, muito menos nos títulos e cargos que uma pessoa tem nesses projetos. O cultivo sólido significa que ao longo da nossa viagem de cultivo na vida, sempre que nos encontrarmos com conflitos que tocam nossos corações, não importa quem esteja certo ou quem esteja errado, podemos olhar para dentro e fazer o possível para encontrar onde temos falhado e que apegos e noções continuamos abrigando. Logo, deveríamos fazer o possível para restringi-los e eliminá-los.
O Mestre disse:
“Espero que todos valorizem a si mesmos, valorizem os demais e valorizem o ambiente que vocês têm. Valorizar o caminho que vocês transitam é valorizar a si mesmos.” (“O que é um discípulo do Dafa”).
Não entendia verdadeiramente o que significava valorizar os demais e nosso ambiente. Mas recentemente tenho chegado ao entendimento de que a forma como lidamos e tratamos os demais e o nosso ambiente, é um reflexo do nosso reino. À medida que elevamos o nosso xinxing seremos capazes de melhorar mais a nossa capacidade para aceitar as coisas ao nosso redor.
Cooperar não somente significa obedecer os critérios dos líderes, mas somente eliminando a mentalidade de discutir quem está certo ou quem está errado podemos alcançar melhores resultados no que fazemos.