(Minghui.org) Quando Liu Dexin saiu da prisão depois de três anos, o que o esperava eram policiais com algemas e seus pais e irmã de coração partido.
Os pais de Liu estavam em lágrimas: como primeiro graduado do ensino médio na região a ir para uma universidade de renome, seu filho tinha sido uma enorme fonte de orgulho para eles. Agora ele estava sendo enviado para casa algemado em uma van da polícia. No momento em que a polícia chegou à sua aldeia na província de Shanxi, a polícia local pagou moradores vizinhos do bairro para monitorar o Sr. Liu e impedi-lo de sair de casa.
Um conhecido da família suspirou em decepção: "Sua família (do Sr. Liu) gastou tanto dinheiro para lhe criar e enviar para a faculdade. Que pena para ele acabar assim!"
Para o Sr. Liu, que atualmente vive em Xangai, a falta de liberdade não era nem a metade disso. Os espancamentos, choques elétricos com bastões e a pressão mental que ele sofreu na prisão estavam para além da imaginação.
Em 26 de setembro de 2015, ele apresentou uma queixa-crime contra o ex-líder chinês Jiang Zemin por perseguir o Falun Gong. Mais de 190.000 cidadãos entraram com ações legais idênticas no Supremo Tribunal e Procuradoria Suprema da China desde maio.
A família do Sr. Liu era pobre. Seus pais trabalharam duro toda a sua vida, mas, como a maioria de outros camponeses na China, eles dificilmente tinham algumas economia. Para piorar as coisas, o Sr. Liu sofreu de doenças crônicas durante anos e seu mau humor também era uma grande dor de cabeça para seus pais.
A virada aconteceu em julho de 1995, quando o médico do Sr. Liu lhe falou sobre o Falun Gong, uma meditação que melhorava a mente e o corpo. O Sr. Liu leu os livros, aprendeu os exercícios, e começou a seguir os princípios de Verdade-Compaixão-Tolerância.
"Isso mudou totalmente a minha vida", lembrou o Sr. Liu. Suas doenças desapareceram e seu temperamento melhorou. Suas notas baixas na escola tornaram-se coisas do passado e ele se transformou imediatamente em um estudante com distinção.
Surpresos por suas mudanças positivas, muitos estudantes e professores perguntaram-lhe o que tinha acontecido. Eles logo souberam sobre o Falun Gong e alguns começaram a praticá-lo.
Jiang Zemin ordenou a proibição nacional do Falun Gong na China em julho de 1999. O Sr. Liu, um estudante de faculdade na época, foi detido por duas semanas no mesmo mês.
Quando ele foi para Pequim e apresentou uma carta de apelo em nome do Falun Gong em finais de 1999, agentes à paisana confiscaram sua carta e o prenderam. Ele ficou detido no Centro de Detenção Wanbailin por duas semanas e foi espancado todos os dias.
Quando ele foi liberado, funcionários da escola tentaram expulsá-lo. Mas o Sr. Liu não desistiu e argumentou com eles. Seus pais também deslocaram-se de casa para a escola, implorando aos funcionários que permitissem que ele continuasse seus estudos.
O Sr. Liu ficou, mas os funcionários da escola assediaram-no de tempos em tempos, exigindo que ele desistisse de sua crença no Falun Gong.
Durante as férias de Inverno no início de 2000, ele foi a Pequim novamente fazer uma petição para a liberdade de praticar o Falun Gong. A polícia prendeu-o e manteve-o em um centro de detenção perto da Praça Tiananmen, juntamente com praticantes de toda a China. "Alguns estavam em seus 90 anos, e alguns tinham menos de 10 anos de idade", lembrou o Sr. Liu.
Para evitar comprometer seus familiares e autoridades locais, muitos praticantes se recusaram a dar seus nomes ou endereços. Eles foram posteriormente transferidos secretamente para Município Miyun perto de Pequim. "Podíamos ouvir os gritos de praticantes sendo torturados nas celas próximas", disse o Sr. Liu.
Dois policiais espancaram e eletrocutaram o Sr. Liu com bastões elétricos até a meia-noite. Depois que ele entrou em greve de fome durante seis dias, ele ficou em estado crítico e foi liberado.
As algemas estavam tão apertadas que elas deixaram cortes profundos nos pulsos do Sr. Liu. As cicatrizes ainda hoje são visíveis.
O Sr. Liu formou-se na faculdade no verão de 2001. No entanto, no momento em que ele estava deixando o campus, a polícia levou-o para a Delegacia de Polícia Hepingbeilu em Taiyuan, província de Shanxi.
"Ali, eu fui brutalmente espancado e eletrocutado com bastões elétricos durante 21 dias seguidos", disse o Sr. Liu. Como resultado, ele ficou com hematomas por toda parte, com sangue e fluidos saindo de sua cabeça e ferimentos no pescoço, que deixaram cicatrizes. Suas calças foram rasgadas em tiras e as pernas expostas durante os espancamentos.
Vários policiais, um de cada vez, eletrocutaram-lhe com bastões elétricos por todo o corpo, mas alvejando áreas sensíveis, como a boca, pálpebras, e partes íntimas.
Reconstituição da tortura: eletrocutado com bastões elétricos.
"Os guardas tentaram me forçar a fazer duas coisas. Uma era escrever uma declaração renunciando ao Falun Gong, e a outra era ajudá-los a armar uma cilada e a prender outro pós-graduado da faculdade". Esse estudante ganhou bolsas de estudos todos os anos com base na sua excelente prestação acadêmica, mas mais tarde ele foi expulso por praticar o Falun Gong.
Porque o Sr. Liu se recusou a ceder, os guardas tornaram as coisas piores. Um guarda levou-o a uma loja que continha todos os tipos de dispositivos de tortura e perguntou ao proprietário, "Qual deles é o mais brutal?" No final, ele escolheu o mais grosso bastão elétrico com a mais elevada voltagem e apontou-o ao Sr. Liu, dizendo "Eu comprei este para você e para praticantes do Falun Gong como você!"
Na cela, os guardas o torturaram com bastões elétricos, incluindo um muito potente. "Tornei-me incontinente e perdi a consciência", lembra Liu. Quando os guardas se cansaram, eles empurraram o Sr. Liu para o chão e colocaram uma cadeira junto dele. Um guarda sentou-se nela e continuou a eletrocutá-lo. Ele ordenou que os reclusos esfregassem sal nas feridas do Sr. Liu.
Os guardas o algemaram a um tubo de metal à noite. Ele não conseguia ficar de pé nem agachar-se. As algemas apertavam-se sempre que ele se movia. "Minhas mãos e antebraços ficaram severamente inchados", disse o Sr. Liu.
Reconstituição da tortura: Algemado a tubos de modo a que a pessoa fica incapaz de ficar de pé ou de se agachar.
"Eu quase morri no centro de detenção", escreveu ele. "É a política da perseguição de Jiang que transforma os policiais em demônios que torturam pessoas inocentes."
Do centro de detenção, o Sr. Liu foi transferido para a Primeira Prisão de Shanxi, um lugar para criminosos condenados.
"Eu fui colocado em uma cela menor, com apenas um balde de plástico para banheiro, uma cama e um banquinho". Vários reclusos se revezaram lhe monitorando: nenhuma atividade, nenhuma conversa com os outros, apenas sentar-se no banquinho durante o dia todo.
"Isso continuou assim, dia após dia. Isto pode tornar uma pessoa mentalmente perturbada", disse o Sr. Liu. "Geralmente as pessoas costumam pensar que a prisão é o pior lugar, enquanto os presidiários chamam aquele local "o pior do pior".
Duas semanas mais tarde, os guardas forçaram o Sr. Liu a assistir vídeos que difamavam o Falun Gong. Em seguida, os reclusos o privaram de dormir e tentaram forçá-lo a desistir de sua crença.
À medida que o tempo passava, a lavagem cerebral intensificava-se: ele foi forçado a assistir a vídeos caluniosos todos os dias. Guardas e presidiários fizeram tudo o que puderam imaginar para tentar quebrar a sua vontade.
"Eu não tenho ideia de quantas vezes os guardas me bateram ou me torturaram – foram demasiadas vezes". E ele não estava sozinho. Outros praticantes detidos na prisão, desde adolescentes até septuagenários, experimentaram maus tratos similares.
"Pelo menos dois praticantes foram espancados até a morte na prisão: um era Liu Zhibin de Xinzhou; o outro era Kang Zhiguo. Eu não sei de onde ele era", disse o Sr. Liu. "A perseguição ainda continua e Jiang precisa ser responsabilizado por tudo isso".
Uma tragédia semelhante aconteceu com Liu Zhimei, uma estudante de uma família pobre da província de Shandong, que foi admitida na famosa Universidade Tsinghua em 1997. Por praticar o Falun Gong, ela foi presa, detida, torturada, forçada a passar por lavagem cerebral, e estuprada. Ela tornou-se mentalmente desequilibrada devido ao abuso e morreu em 2015 com a idade de 35 anos.