(Minghui.org) Cercado por muros altos com arame farpado e protegido com um portão de ferro, o notório Centro de Lavagem Cerebral de Xingtai encontra-se há cerca de 300 metros a leste do Hospital de Epilepsia de Xingtai na estrada Donghuan, que leva à vila de Jing'an.
O centro de lavagem cerebral foi estabelecido pela Agência 610 local, uma organização de segurança do Partido que permeia todos os níveis do governo na China, com o único propósito de perseguir os praticantes do Falun Gong.
Durante a última década, o centro de lavagem cerebral tem preso e torturado muitos praticantes do Falun Gong. Alguns foram levados para o centro diretamente pela polícia local, enquanto outros foram transferidos de campos de trabalho forçado e prisões.
O objetivo do centro de lavagem cerebral é forçar os praticantes do Falun Gong a renunciar à sua fé e "transformá-los" pelos meios que julgam necessários. As autoridades chinesas, em seguida, usam essas pessoas "transformadas" para espionar e inclusive para torturar outros praticantes.
O portão do Centro de Lavagem Cerebral de Xingtai
Câmera de segurança e arame farpado no portão do Centro de Lavagem Cerebral de Xingtai
Os srs. Zhang Guangcai e Zhang Xingfang, um casal, eram proprietários de uma clínica dentária na cidade de Shahe, província de Hebei. Eles foram detidos duas vezes nas instalações do Centro de Lavagem Cerebral de Xingtai em 2004.
Na primeira detenção ocorreu oito dias depois que os oficiais do Departamento de Polícia da cidade de Shahe procuraram a clínica e invadiram sua casa com um pé de cabra em 6 de julho de 2004.
O sr. Zhang foi mantido no centro por três meses. Ele estava faminto; foi submetido à privação de sono e estava restrito a somente usar o vaso sanitário.
A polícia local voltou à clínica no dia 24 de dezembro de 2004 e prendeu o casal novamente. O sr. e sra. Zhang foram levados diretamente para o centro de lavagem cerebral desta vez.
O sr. Zhang foi algemado com as mãos atrás das costas com um braço por cima do ombro (ver ilustração abaixo). Ele levou, então, choques com bastões elétricos. Um guarda do centro de lavagem cerebral disse ao sr. Zhang quando estava sendo torturado: "Bater [nos praticantes do Falun Gong] até a morte não conta como culpa nossa, é registrado como suicídio".
Ilustração de tortura ilustração: algemado com as mãos atrás das costas com um braço por cima do ombro
O sr. Zhang iniciou uma greve de fome para protestar contra a tortura. O vice-diretor do centro de lavagem cerebral Qiu Youlin retaliou com procedimentos de alimentações forçadas dolorosas que danificaram a traqueia e o esôfago do sr. Zhang.
A saúde do sr. Zhang se deteriorou rapidamente. Ele lutava para respirar, estava com dor constante, tossia frequentemente e sentia asfixia, mesmo enquanto dormia.
O sr. Zhang foi levado para um hospital, onde os médicos descobriram que seus pulmões foram severamente danificados. O centro de lavagem cerebral o transferido depois de volta para o Departamento de Polícia da cidade de Shahe.
O departamento de polícia, em seguida, tentou transferir o sr. Zhang de volta para o Campo de Trabalho Forçado da cidade de Handan, mas o campo não o aceitou por causa da sua saúde precária. O departamento de polícia, com relutância, libertou o sr. Zhang.
Quando a sra. Wen Cai foi ao Centro de Lavagem Cerebral de Xingtai em março de 2004 buscando libertar sua mãe, ela também foi detida.
A equipe do centro de lavagem cerebral tentou forçar a sra. Wen a renunciar à sua crença no Falun Gong, batendo nela e alimentando-a a força com drogas. Sua família foi obrigada a pagar 3.000 yuan (1.190 reais ou 384 euros) pela “taxa de educação legal” e libertação da sra. Cai.
Ela ainda estava amamentando seu bebê naquela época. A sua filha de um ano teve que passar a alimentação com fórmula devido a detenção da mãe.
Um grupo de cerca de 12 pessoas do governo municipal de Shiliting, incluindo vários policiais, saquearam a casa da sra. Hao Bianyun em 27 outubro de 2004.
O grupo levou 230 yuan (90 reais ou 29 euros) que sua família tinha guardado para comprar carvão para aquecimento no inverno.
Um oficial cobriu a boca da sra. Hao e a espancou enquanto outros dois levaram-na para fora da sua casa num carro da polícia que aguardava.
Sua filha de 5 anos chorou "mama" e os seguiu até lá fora. Um policial pegou a criança e jogou-a no carro da polícia também.
A sra. Hao foi detida no centro da lavagem cerebral por dois meses, período em que injetaram-na com drogas desconhecidas várias vezes. Como resultado, ela sofreu dores no peito, alucinações e, às vezes, caia inconsciente.
Depois de libertada, a sra. Hao ficou mentalmente desorientada. Suas alucinações pioraram e ela foi perdendo a capacidade de cuidar de si mesma. Ela faleceu em 25 de março de 2010.
(Continua)