(Minghui.org) Foi confirmado durante os primeiros três meses de 2022 que mais 44 praticantes do Falun Gong perderam as suas vidas devido à perseguição por causa da sua fé. Entre estes casos, um ocorreu em 2008, dois em 2019, 20 em 2021, e dez, oito e três em janeiro, fevereiro e março de 2022, respectivamente.

Falun Gong, também conhecido como Falun Dafa, é uma prática para a mente e corpo baseada nos princípios da Verdade, Compaixão e Tolerância. Desde a sua introdução ao público em 1992, inúmeras pessoas têm sido atraídas pelos seus princípios profundos e benefícios para a saúde. Temendo a popularidade sempre crescente do Falun Gong, o regime comunista chinês lançou uma campanha a nível nacional em julho de 1999, tentando acabar com esta prática.

Os 44 praticantes mortos, dos quais 28 são mulheres, vieram de 16 províncias da China. Liaoning está no topo da lista com 11 casos, seguidos de seis em Hubei e quatro em Heilongjiang e Sichuan cada um. As restantes 12 regiões tiveram entre três e uma mortes.

Exceto para um praticante cuja idade não era conhecida, os outros 43 praticantes tinham entre 44 e 89 anos. Trinta e dois (73%) estavam acima dos 60 anos, incluindo oito indivíduos na faixa dos 60, 15 na faixa dos 70 e nove na faixa dos 80.

Onze praticantes morreram enquanto ainda se encontravam detidos, tendo cinco dessas mortes ocorrido em 2021. Entre eles, um morreu em um hospital psiquiátrico, um morreu em uma delegacia, três morreram em centros de detenção e seis sucumbiram à tortura na prisão.

Os praticantes que morreram eram de todas as classe socias e incluem vários professores, um funcionário bancário aposentado, um gestor de serviço ao cliente de uma empresa de comunicações e um ex-funcionário prisional.

Uma praticante era a mãe de um residente nos EUA. Ela morreu em março de 2022, sete semanas depois de ter sido presa. De acordo com a sua família, o seu corpo estava coberto de sangue. Outras duas mulheres morreram em janeiro de 2022, três e oito dias após as suas prisões, respectivamente. Um trabalhador de entregas morreu em fevereiro de 2022 devido à pressão da sua última detenção há um mês, que ocorreu um ano depois da sua mulher ter sucumbido a uma angústia mental prolongada devido à perseguição por causa da sua fé compartilhada.

Abaixo encontram-se resumos de alguns dos casos de morte. A lista completa de praticantes pode ser baixada  aqui (PDF).

Mortes sob custódia

"Se eu morrer, será o resultado da tortura"

A Sra. Ji Yunzhi, residente da cidade de Lindong, Faixa Esquerda de Bairin, na cidade Chiefeng, Mongolia Interior e mãe de Simon Zhang, residente nos EUA, morreu no Hospital Bairin em 21 de março de 2022, sete semanas após ter sido detida no Dia de Ano Novo Chinês (1º de fevereiro). Ela tinha 66 anos.

Enquanto estava detida, foi brutalmente espancada por guardas e reclusos até estar à beira da morte. "Se eu morrer, será o resultado da tortura," disse uma vez a Sra. Ji as suas companheiras de cela.

A Sra. Ji foi presa em casa  em 1º de fevereiro de 2022. Apesar de ter tido convulsões e vomitado, a polícia mandou-a sentar-se no chão frio de azulejos durante muito tempo, zombando dela, dizendo que estava fingindo seus sintomas.

A Sra. Ji entrou em greve de fome no Centro de Detenção da Faixa Esquerda de Bairin e foi alimentada à força através de um tubo nasal. O médico do centro de detenção esbofeteou-lhe a face muitas vezes.

Na manhã de 20 de março de 2022, o marido da Sra. Ji recebeu um telefonema da polícia de Bairin para notificá-lo a ir para o hospital. Ao chegar lá, foi-lhe dito que os médicos tinham começado a ressuscitar a Sra. Ji, mas o prognóstico não era bom. Foi feito um plano para a transferir do Hospital de Bairin para o Hospital da Cidade de Chifeng. Mas um perito do hospital da cidade, que tinha ido a Bairin para examinar a Sra. Ji, disse que era tarde demais e que não havia necessidade de transferi-lá. O seu marido solicitou repetidamente a sua libertação, mas o oficial responsável (Xu Jianfeng) recusou-se a fazê-lo, dizendo que precisava da aprovação dos seus superiores.

A família foi notificada da morte da Sra. Ji no dia seguinte. Pediram para a ver uma última vez na sala do hospital, mas a polícia impediu-os. Pela janela, a sua família viu que o seu esôfago tinha sido cortado. Havia também sangue no seu rosto e ombro. Muitos agentes da polícia estavam de pé no corredor. Eles levaram a família da Sra. Ji para outro andar do edifício e fecharam o elevador daquele nível, para que ninguém pudesse ter acesso à área.

Depois que a família dela foi para o outro andar, a polícia chamou o Crematório de Bairin, que logo despachou um veículo para recolher o corpo da Sra. Ji. Quando a família da Sra. Ji chegou ao crematório, o investigador forense não permitiu a sua entrada. Imploraram à polícia e acabaram por ser autorizados a entrar, um de cada vez e a examinar rapidamente o corpo da Sra. Ji. Mais de 40 agentes da polícia tinham sido enviados para guardar o corpo.

A polícia pediu ao marido da Sra. Ji para "negociar" com eles em uma aparente tentativa de suavizar a situação, mas no momento da edição desde artigo não se sabe se estas negociações envolvem um acordo para a sua morte ou ameaças de manter o silêncio.

Praticante na casa dos 50 anos morre três dias após detenção por prática de Falun Gong

A Sra. Huang Sulan, de Chengdu, província de Sichuan, foi detida no exterior do seu edifício de apartamentos em 20 de janeiro de 2022, e levada para um centro de detenção secreto em Pengzhou.

A polícia informou a família da Sra. Huang em 23 de janeiro de 2022, que ela avia falecido mais cedo nesse dia. O seu corpo logo foi transferido para a Casa Funerária da Cidade de Pengzhou. A sua família viu o seu corpo, mas, mais detalhes sobre a sua morte continuam sendo investigados.

Antes da última detenção da Sra. Huang, ela havia sido detida anteriormente em 10 de julho de 2019, enquanto visitava a praticante Sra. Mao Kun. Embora a Sra. Huang tenha sido libertada em 9 de agosto, a Sra. Mao foi mais tarde condenada a 11,5 anos de prisão e morreu sob custódia.

Praticante morre sob custódia oito dias depois de ser presa e de ter sido negado tratamento médico

A Sra. Zhang Siqin, uma praticante de 69 anos na cidade de Dalian, província de Liaoning, morreu no Centro de Detenção de Yaojia em 26 de janeiro de 2022, oito dias depois de ter sido presa por praticar Falun Gong.

Sra. Zhang Siqin

A Sra. Zhang começou a ter graves problemas médicos na primeira noite no centro de detenção, mas as autoridades recusaram-se a fornecer-lhe qualquer tratamento, exceto alimentá-laar os seus medicamentos desconhecidos sem qualquer diagnóstico.

A Sra. Zhang foi de novo detida em 19 de janeiro de 2022, para cumprir uma pena de dois anos. Ela ficou aterrorizada e sofreu uma onda de náuseas. Apesar do médico ter desaconselhado a sua detenção devido ao seu estado de saúde, a polícia insistiu que ela estava bem e levou-a para o Centro de Detenção de Yaojia.

Na primeira noite no centro de detenção, a Sra. Zhang foi incapaz de caminhar sozinha ou adormecer. Os guardas recusaram-se a fornecer-lhe qualquer comida. Na manhã seguinte, ela estava tão fraca que não conseguiu vestir-se sozinha e teve de contar com a ajuda da suacolega de cela.

Durante os dias seguintes, a Sra. Zhang não conseguiu manter qualquer comida no estômago e vomitou tudo o que comeu. A comida que os guardas forneciam era apenas mingau e pãezinhos cozidos no vapor. Ela permaneceu fraca demais  para ficar sozinha.

Quando a Sra. Zhang foi levada para o centro de detenção, os guardas tiraram-lhe a dentadura. Ela pediu várias vezes para as ter de volta, mas os guardas recusaram-se a devolvê-las, o que tornou ainda mais difícil para ela comer.

Apesar dos seus problemas médicos, os guardas não levaram a Sra. Zhang para consultar um médico e, em vez disso, deram-lhe alguns medicamentos desconhecidos, o que fez com que a sua condição se deteriorasse ainda mais.

Em 25 de janeiro, no sexto dia da sua detenção, a Sra. Zhang começou a tremer incontrolavelmente e não conseguiu sentar-se sozinha. A sua colega de cela relatou aos guardas, que insistiram em dar-lhe uma droga desconhecida, mais uma vez sem qualquer avaliação médica. Quando a Sra. Zhang foi incapaz de tomar a droga, os guardas ordenaram a cinco reclusas que a segurassem e a alimentassem à força com a droga. Ela ficou incapacitada e perdeu a força para se sentar depois.

Às 2h20 da manhã do dia 26 de janeiro, a Sra. Zhang começou de novo a tremer incontrolavelmente. As reclusas na cela estavam todos acordadas, mas os guardas ainda a ignorava. Às 9 horas da manhã, ela foi levada em uma cadeira de rodas, mas foi trazida de volta apenas dez minutos depois. Os guardas continuaram a administrar-lhe à força a droga desconhecida.

A Sra. Zhang começou a ter febre por volta da meia-noite. Por volta das 2h40 da manhã, ela estava em estado crítico. Os guardas ainda se recusaram a levá-la a um hospital e ordenaram as outras reclusas no sua cela que continuassem a monitorá-la.

Pela manhã, a Sra. Zhang não conseguiu sentar-se mesmo com a ajuda da sua colega de cela. Embora as reclusas tenham relatado a sua situação às 7h07 da manhã, o médico apareceu somente às 7:25 da manhã. A sua colega de cela continuou a chamar os guardas, mas ninguém apareceu.

Quando o médico chegou a Sra. Zhang tinha parado de respirar e não tinha pulso. O médico tentou ressuscitá-la, mas ela não respondeu. O médico chamou os guardas às 7h34 da manhã, mas eles não responderam até que o médico ligou pela terceira vez. A Sra. Zhang foi declarada morta às 7h35 da manhã e retirada da cela.

Praticante de 72 anos morre enquanto cumpre pena na prisão

O Sr. Zhong Guoquan, da cidade de Mishan, província de Heilongjiang, foi condenado a três anos e meio em agosto de 2020 por distribuir material informativo sobre o Falun Gong. Foi levado para a prisão da cidade de Jixi em 17 de novembro de 2020, e mais tarde transferido para a prisão de Tailai, onde morreu em 6 de fevereiro de 2022. Tinha 72 anos.

A família do Sr. Zhong tinha pedido liberdade condicional médica no início de 2022, mas a prisão recusou-a com o fundamento de que o Sr. Zhong era um prisioneiro político. A sua família ficou devastada em 6 de fevereiro quando receberam um telefonema da prisão informando que ele tinha morrido horas antes.

O Sr. Zhong foi preso em 4 de março de 2020, depois de ter sido denunciado por distribuir materiais do Falun Gong. Enquanto aguardava uma acusação, foi internado no Hospital Comunitário de Recuperação Agrícola de Mudanjiang em 6 de julho de 2020. Foi descoberto que tinha numerosas doenças, incluindo diabetes tipo 2, insuficiência renal, derrames múltiplos, tensão arterial elevada, doenças cardíacas, infecção do trato urinário, colesterol elevado, coágulos sanguíneos e problemas de visão e audição.

O Sr. Zhong compareceu no Tribunal da Cidade de Mishan em 11 de agosto de 2020 e uma semana depois foi condenado a 3,5 anos de prisão. Ele recorreu da sentença, mas o seu recurso foi rejeitado pelo tribunal superior

O Sr. Zhong foi transferido do Centro de Detenção da Cidade de Mishan para a Prisão da Cidade de Jixi na manhã de 17 de novembro de 2020. Mais tarde foi transferido para a Prisão de Tailai, onde morreu em 6 de fevereiro de 2022. O Hospital de Medicina Chinesa do Condado de Tailai emitiu uma declaração para dizer que ele morreu de insuficiência respiratória.

A prisão de Tailai tem sido utilizada como campo de concentração pelas autoridades para transformar os praticantes do Falun Gong. Aqueles que se recusaram a escrever declarações para renunciar à sua fé foram sujeitos a várias formas de tortura, incluindo ser pendurados por algemas, ser forçados a ficar de pé ou agachados durante longas horas, privação de sono durante dias sem fio, alimentação à força com água picante e abuso verbal.

Professor de inglês preso por causa da sua fé morre sob custódia, suspeito de sofrer tortura

O Sr. Shi Jianwei morreu na Prisão nº 1 da Província de Yunnan enquanto cumpria uma pena de 6,5 anos de prisão por causa da sua fé no Falun Gong. Enquanto a prisão alegava que o Sr. Shi morreu de câncer de fígado, a sua família suspeita que ele foi torturado até à morte, devido aos hematomas nas costas e ao nível normal de proteína marcadora tumoral. Seu corpo foi cremado contra a vontade de sua família.

Sr. Shi Jianwei

O Sr. Shi, um ex-professor de inglês no condado de Binchuan, província de Yunnan, foi preso em casa em 7 de setembro de 2015 por ter apresentado uma queixa criminal contra Jiang Zemin, o ex-líder do regime comunista chinês que ordenou a perseguição ao Falun Gong. Foi julgado pelo Tribunal do Condado de Xiangyun em 23 de junho de 2016 e condenado a 6,5 anos de prisão na província de Yunnan Nº1.

A partir de 2019, a prisão negou ao Sr. Shi qualquer visita de família. Dois anos mais tarde, em 25 de agosto de 2021, a sua família recebeu um telefonema da prisão informando que o Sr. Shi era suspeito de ter câncer de fígado e tinha sido levado para o hospital prisional.

Os guardas disseram que o Sr. Shi tinha perdido mais de 9,072 kg nos últimos meses e que estava em estado crítico, mas ainda se recusaram a colocá-lo em liberdade condicional médica, e permitir que a sua família o visitasse, ou a rever o seu registro médico, citando a pandemia e a recusa do Sr. Shi em renunciar ao Falun Gong.

Um mês depois, em 26 de setembro, um guarda prisional telefonou à família do Sr. Shi dizendo que ele estava à beira da morte e que estava sendo reanimado. A sua família pediu para o visitar, mas foi-lhes novamente recusada, citando a pandemia.

Três horas mais tarde, o mesmo guarda informou a família que o Sr. Shi tinha morrido e exigiu que fossem à prisão para assinar a papelada de cremação.

Quando a família viu o corpo de Shi na funerária, eles notaram que ele tinha hematomas nas costas e acúmulo de líquido no abdômen. Suspeitando que ele foi torturado, a família se recusou a assinar o acordo de cremação e exigiu ver seu prontuário médico.

Uma semana depois, a prisão forneceu três dos resultados dos exames de sangue do Sr. Shi. Em todos os três testes, os níveis de alfa-fetoproteína, um importante indicador de câncer de fígado, estavam normais.

A família do Sr. Shi pediu uma autópsia, mas os guardas prisionais responderam que teriam de pagar previamente 100.000 yuans para cobrir o custo. Também ameaçaram a família de que se não concordassem com a sua avaliação da causa da morte, poderiam apresentar uma queixa contra a prisão junto do procurador, mas isso não alteraria o resultado de forma alguma.

A família de Shi exigiu levar seu prontuário médico e resultados de exames de sangue com eles, mas os guardas se recusaram a liberar os documentos, alegando que a família só podia dar uma olhada neles. Pouco depois, os guardas cremaram o corpo de Shi contra a vontade de sua família.

Mortes logo após a libertação da prisão

Praticante de 83 anos injetado com drogas tóxicas enquanto estava na prisão, morre 20 dias após ser libertado

O Sr. Bai Xingguo foi injetado com uma droga tóxica seis meses antes do término da sua pena  por praticar o Falun Gong. Sua saúde continuou se deteriorando, e ele estava constantemente em estado de delírio. Quando a prisão pediu que sua família o buscasse em janeiro de 2022, ele já estava incapacitado e à beira da morte. Ele faleceu 20 dias depois.

O Sr. Bai, da cidade de Chengde, província de Hebei, foi preso em 4 de janeiro de 2018, quando foi com vários outros praticantes colocar cartazes escritos com "Falun Dafa é bom." Foi julgado em 18 de abril de 2018 e foi condenado a três anos de prisão em junho de 2018.

Em 15 de dezembro de 2018, o Sr. Bai, que tinha sido libertado sob fiança, foi de novo preso no Centro de Detenção de Tucheng e mais tarde transferido para a prisão de Tangshan, onde veio a falecer.

Mulher de 75 anos morre um mês depois de ser libertada em liberdade condicional médica

A Sra. Ji Guizhen, residente da cidade de Suzhou, província de Jiangsu,  morreu em 3 de fevereiro de 2022, um mês após ter sido libertada em liberdade condicional médica enquanto cumpria pena por causa da sua fé no Falun Gong. Ela tinha 75 anos.

Sra. Ji Guizhen e a sua neta

Em 23 de setembro de 2019, a Sra. Ji foi presa em casa. Enquanto vários agentes prenderam a Sra. Ji e a filmaram, os outros revistaram a sua casa e confiscaram o seu computador, impressora, livros do Falun Gong e materiais relacionados. O valor de 500 yuans na sua bolsa também lhe foi retirado. A polícia levou a Sra. Ji para o carro da polícia e a carregou quando ela se recusou a andar sozinha.

A Sra. Ji foi interrogada sobre ter colocado informações sobre o Falun Gong em um bairro local. Ela não forneceu qualquer informação, mas disse à polícia que esperava que eles pudessem conhecer os fatos sobre o Falun Gong e não participar na perseguição.

A polícia forçou a Sra. Ji a colocar suas impressões digitais em alguns documentos. Mantiveram-na na delegacia de polícia até às 20 horas e libertaram-na sob fiança.

Foi julgada pelo Tribunal Distrital de Wujiang em 11 de agosto de 2020 e condenada a três anos e três meses de prisão em meados de dezembro. O juiz também a multou em 3.000 yuans.

Depois de quase 1,5 ano no Centro de Detenção da Cidade de Suzhou, a sua família foi informada pelos guardas em 3 de janeiro de 2022 para levá-la para casa em liberdade condicional. Ela morreu um mês depois, em 3 de fevereiro. Não está claro se ela desenvolveu uma doença terminal no centro de detenção ou foi submetida a tortura que custou sua vida.

Mortes após perseguição de longo prazo

Mulher e marido morrem com um ano de diferença

Menos de um ano após a morte da Sra. Guan Fengxia devido a anos de assédio por praticar o Falun Gong, o seu marido, o Sr. Dai Zhidong, também morreu, um mês após da sua última prisão por causa da sua fé compartilhada.

Sra. Guan Fengxia

O Sr. Dai, um ex-funcionário de uma empresa de bombas submersíveis sob a Administração de Petróleo de Daqing na província de Heilongjiang, foi preso em 8 de janeiro de 2022, depois que  ele e outro praticante foram denunciados por distribuirem panfletos com informações sobre o Falun Gong em um posto de gasolina. A polícia saqueou a sua casa e cobrou-lhe uma fiança de 10.000 yuans, antes de liberá-lo sob fiança.

O Sr. Dai estava sob tremenda pressão com esta nova rodada de perseguição financeira, pois ainda estava lutando para pagar as contas médicas da Sra. Guan. Com a polícia confiscando os seus únicos 5.000 yuans em dinheiro, e seu filho pagando a fiança de 10.000 yuans por ele, ele se preocupou quando seria capaz de pagar todas as dívidas. Enquanto isso, a polícia ameaçou o Sr. Dai para não relatar a perseguição ao site Minghui.org. A pressão mental prejudicou a sua saúde e ele morreu em 11 de fevereiro de 2022. Ele tinha 60 anos.

Desde o início da perseguição, o Sr. Dai e a Sra. Guan foram presos várias vezes por defenderem o Falun Gong. A Sra. Guan foi condenada a dois anos de trabalho forçado e o Sr. Dai foi sentenciado a sete anos de prisão. Ambos foram submetidos a espancamentos, privação de sono e outras torturas por não renunciarem à sua fé.

Mesmo depois de libertados, as autoridades continuaram a assediar o casal, deixando-os sob um tremendo sofrimento mental. A perseguição em curso prejudicou a saúde da Sra. Guan. Ela desenvolveu miomas uterinos e teve sangramento irregular. Ela não conseguia comer e emagreceu. Ela morreu em 5 de março de 2021, com apenas 60 anos.

Praticante de Liaoning morre de infecção pulmonar causada pelas torturas de 14 anos em um campo de trabalho

O Sr. Zhang Guoyu sofreu repetidas detenções, prisões e torturas desde que o regime comunista chinês começou a perseguir o Falun Gong há 23 anos. Enquanto cumpria a sua segunda sentença no campo de trabalho, foi esticado para uma posição excruciantemente dolorosa durante nove dias e sofreu uma grave infeção pulmonar.

O Sr. Zhang sofreu outra ronda de assédio em 2021, causando-lhe muito sofrimento mental, e o seu estado pulmonar recaiu. Tinha uma acumulação de fluidos no abdômen, o que contribuiu para a falência de múltiplos órgãos. Morreu em 18 de janeiro de 2022. Tinha 50 anos de idade.

Sr. Zhang Guoyu

O Sr. Zhang, antigo gestor de serviço ao cliente de uma empresa de comunicação na cidade de Dalian, província de Liaoning, foi preso pela primeira vez em 2001 com a sua mulher por ter ido a Pequim apelar ao direito de praticar Falun Gong. Quando ambos foram detidos, o seu filho na idade pré-escolar foi deixado em casa sem os seus cuidados.

O Sr. Zhang recebeu mais tarde dois anos de trabalho forçado. No Centro de Detenção de Yaojia, por se recusar a usar um crachá de recluso, os guardas colocaram-no na solitária e instigaram outros reclusos a espancá-lo. Algemaram-no a uma cama, cobriram-lhe a cabeça com um capacete e espancaram-no. As suas pernas ficaram gravemente feridas e ele não conseguiu sair depois da cama. Os guardas algemaram-no com tanta força que os seus dedos ainda estavam dormentes um mês depois.

O Sr. Zhang foi forçado ficar deitado na cama durante mais de 20 dias, sem roupa de cama ou cobertor. A única vez em que lhe foi permitido levantar-se foi para usar o banheiro e tomar refeições, o que era menos de uma hora por dia. Não lhe era permitido lavar-se ou trocar de roupa. Quando finalmente foi libertado da cama, as suas mãos e pés estavam gravemente inchados devido à má circulação sanguínea.

O Sr. Zhang foi de novo preso em 12 de setembro de 2006 e foi condenado a mais dois anos no Campo de Trabalho Forçado de Benxi.

A fim de o forçar a renunciar ao Falun Gong, os guardas amarraram o Sr. Zhang na posição "alongamento extremo" durante nove dias em março de 2003. Nesta tortura, os guardas juntaram duas camas de solteiro e amarraram os quatro membros do Sr. Zhang aos cantos das camas. De vez em quando, os guardas apertavam as cordas ou afastavam as camas, mantendo-as separadas e preenchendo o espaço entre elas com tijolos.

Encenação de tortura: Alongamento extremo

Planejaram mantê-lo amarrado por mais tempo, esperando que isso o obrigasse a renunciar ao Falun Gong e a fornecer informações sobre outros praticantes. Ao nono dia, o Sr. Zhang começou a ter dificuldade para respirar e a exibir outros sintomas graves. Quando os guardas o levaram para o hospital, o médico diagnosticou uma infeção pulmonar grave que exigia tratamento imediato. Os guardas recusaram-se a deixá-lo ficar no hospital, e o levaram para a clínica no campo de trabalho.

O Sr. Zhang sofreu febre alta persistente durante uma semana antes da sua temperatura voltar finalmente ao normal depois de lhe administrarem três frascos de medicação intravenosa todos os dias. Incapaz de suportar mais a perseguição, ele escreveu uma declaração para renunciar ao Falun Gong contra a sua vontade. Mais tarde arrependeu-se e escreveu uma declaração solene, anulando a declaração, após a qual foi colocado em solitária durante catorze dias.

Depois do Sr. Zhang ter sido libertado em setembro de 2008, as autoridades continuaram a assediá-lo e à sua mulher de tempos em tempos. Ele viveu com medo e uma tremenda angústia. O seu estado pulmonar recaiu em 2021, durante os últimos assédios.  Estava com acumulação de fluidos no pulmão e abdômen e morreu de falência múltipla de órgãos em um hospital na madrugada de 18 de janeiro de 2022.

Ex-professora do ensino médio morre após três penas de prisão

Quando a Sra. Ye Zhongqiu foi libertada da prisão em novembro de 2020, após cumprir uma pena de quatro anos de prisão por causa da sua fé no Falun Gong, não conseguia andar ou falar claramente. A ex-professora de física morreu em 25 de janeiro de 2022. Ela tinha 54 anos.

A morte da Sra. Ye encerrou duas décadas de sofrimento devido à perseguição de sua fé. Por aumentar a conscientização sobre a perseguição, ela foi condenada três vezes por um total de 12 anos. Ela foi demitida de sua escola. Seu marido se divorciou dela devido à pressão da perseguição. Sua filha foi privada dos cuidados da mãe enquanto ainda estava no ensino médio.

A Sra. Ye ensinava na Escola de Ensino Fundamental Nº 2 do Município de Liaozhong, na Província de Liaoning. Ela foi presa pela primeira vez em 10 de dezembro de 2003, após ser denunciada por outro professor da escola por divulgar informações sobre a perseguição a seus alunos. Ela foi demitida pela escola e depois condenada a cinco anos.

Sua prisão foi um duro golpe para sua filha, que estava no segundo ano do ensino médio, pois a jovem foi privada do cuidado e do amor de sua mãe. Incapaz de suportar a pressão, seu marido, que também era professor do ensino médio, se divorciou dela.

Depois que a Sra. Ye foi libertada em novembro de 2008, ela deu aulas particulares para vários alunos. Enquanto preparava o almoço para os alunos em um dia de outubro de 2010, um grupo de policiais apareceu. Eles disseram que Wang Lianhe, o diretor da Escola de Ensino Médio Urbano Nº 1 do Condado de Liaozhong, a denunciou por dar a ele um DVD com informações sobre o perseguição ao Falun Gong. A Sra. Ye foi julgada no Tribunal do Condado de Liaozhong em 8 de março de 2011 e foi sentenciada a três anos.

A Sra. Ye continuou o seu esforço de sensibilização para a perseguição depois de ter sido libertada. Foi presa mais uma vez em 3 de novembro de 2016 por tentar impedir a polícia de pulverizar água com pimenta sobre outra praticante. Apareceu no Tribunal Distrital de Liaozhong em 23 de agosto de 2017 e foi condenada a quatro anos de prisão em novembro de 2017.

Na Prisão Feminina da Província de Liaoning, a Sra. Ye foi frequentemente espancada e agredida verbalmente. Sofreu um AVC em 4 de abril de 2020 e ficou incapacitada. Foi primeiro tratada em um hospital afiliado à prisão e depois transferida para a clínica dentro da prisão. Os guardas impediram a sua filha de a visitar, citando a pandemia como desculpa.

Quando a Sra. Ye foi libertada em novembro de 2020, não conseguia andar sozinha ou falar claramente. Ela sucumbiu aos danos físicos e morreu 14 meses mais tarde, em 25 de janeiro de 2022.

Praticante de Heilongjiang morre após anos de perseguição

Quando a pena de cinco anos de prisão do Sr. Tian Chengjun por praticar Falun Gong expirou em 18 de junho de 2013, as autoridades continuaram a detê-lo em um local secreto durante anos. Ele estava extremamente fraco e emaciado quando foi libertado. Trancou-se em casa e não se atreveu a sair para se encontrar com ninguém. Enquanto a polícia continuava a assediá-lo, ele mudou-se com a sua irmã, e faleceu em 27 de fevereiro de 2021, depois de sofrer um ataque cardíaco. Ele tinha 53 anos.

O Sr. Tian, um residente da província de Heilongjiang, no condado de Baoqing, foi preso em casa em 18 de junho de 2008, menos de dois meses antes dos Jogos Olímpicos de Pequim. As autoridades afirmaram que o estavam impediindo de ir a Pequim para apelar ao direito de praticar o Falun Gong.

O Sr. Tian compareceu no Tribunal do Condado de Baoqing em 18 de novembro e foi condenado a cinco anos de prisão em 4 de dezembro. Enquanto cumpria pena na prisão de Lianjiangkou, foi forçado a fazer trabalho não remunerado e submetido a várias formas de tortura.

Quando sua pena terminou em 18 de junho de 2013, a prisão transferiu-o para outro centro de detenção não revelado fora da cidade. Não é claro quanto tempo exatamente esteve detido além da sua pena de prisão.

Homem de 82 anos morre devido a angústia mental causada pela perseguição

O Sr. Chen Liqing, residente da cidade de Pengzhou, província de Sichuan, faleceu em 31 de janeiro de 2022, após ter sofrido múltiplas detenções e inúmeros incidentes de assédio ao longo dos últimos 23 anos. Tinha 82 anos.

Sr. Chen Liqing

O Sr. Chen, um ex-professor do ensino básico, foi condenado a três anos de prisão em setembro de 2004. Na Prisão de Deyang, os guardas espancaram-no e deram-lhe um pontapé na parte inferior do corpo, pois ele recusou-se a escrever uma declaração para renunciar ao Falun Gong. Os reclusos adicionaram drogas tóxicas à sua comida e água. Também lhe foi dada uma injeção antes de ser libertado e ele começou a sofrer um distúrbio mental pouco tempo depois.

As autoridades monitoraram a vida diária do Sr. Chen e assediaram-no frequentemente após a sua libertação. O assédio agravou-se ainda mais em setembro de 2021, pois os membros do comitê residencial vinham constantemente ordenando-lhe que renunciasse ao Falun Gong. Sucumbindo à aflição mental, o Sr. Chen morreu em 31 de janeiro de 2022.

Morte prematura de homem de 44 anos após dois anos de detenção em campo de trabalho, divórcio forçado e assédio sem fim

O Sr. Guan Yunzhi, um residente de Tieling City, província de Liaoning, foi sujeito a torturas desumanas enquanto estava a cumprir pena de dois anos no campo de trabalho entre 2002 e 2004 por ter praticado o Falun Gong. A sua mulher divorciou-se dele devido à pressão da perseguição. Foi também despedido pelo seu local de trabalho e sujeito a assédio sem parar por parte das autoridades. O sofrimento mental teve um custo para a sua saúde. Morreu em 1 de março de 2022, com a idade de 44 anos.

Como o Sr. Guan se recusou a renunciar ao Falun Gong durante o interrogatório, a polícia lhe deu um tapa no rosto, pisou na ponta dos seus pés, puxou seu pescoço, puxou os pelos do corpo e queimou seus dedos com cigarros.

O Sr. Guan foi condenado a dois anos no Campo de Trabalho Forçado de Tieling no final de janeiro de 2002. Quando ele escreveu como se beneficiou da prática do Falun Gong no "relatório de pensamento" exigido, os guardas chicotearam suas costas com um bastão de borracha pontiagudo com um núcleo de metal . Como o Sr. Guan permaneceu firme em sua fé, os guardas o eletrocutaram com bastões elétricos na cabeça, no peito e depois em todo o corpo

A polícia continuou a assediar o Sr. Guan depois de ele ter sido libertado. Ao saber de uma potencial detenção em março de 2007, ele viveu longe de casa para evitar a polícia e foi despedido pelo seu local de trabalho. Nessa época a sua mulher já estava grávida há alguns meses. Suspeitando que ela também praticava Falun Gong, a polícia prendeu-a e ameaçou-a. Não querendo continuar a viver com medo, ela divorciou-se dele.

O Sr. Guan foi detido e interrogado pela polícia enquanto andava pela rua em 30 de julho de 2014. Depois de um agente da polícia descobrir que praticava Falun Gong, prendeu-o e interrogou-o durante a noite. O Sr. Guan foi libertado sob fiança, após mais de 40 dias de detenção.

Como resultado da perseguição implacável, o Sr. Guan começou a sofrer problemas médicos. A sua saúde continuou a deteriorar-se ao longo dos anos e acabou por falecer em 1 de março de 2022, com apenas 44 anos de idade.

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