(Minghui.org) Eu sou um advogado. Antes de minha aposentadoria, representei vários praticantes do Falun Dafa que foram processados por defender sua fé. Eu não sabia muito sobre o Falun Dafa na época e apenas argumentei que meus clientes não cometeram um crime tão grave quanto o alegado pelas autoridades. No entanto, essa experiência plantou as sementes para que eu me tornasse um praticante após minha aposentadoria. Voltei a exercer a advocacia e comecei a defender a inocência de nossos praticantes locais.

Olhando para trás, estudei os ensinamentos do Falun Dafa por dez anos. Por ocasião da 19ª Conferência de Troca de Experiências dos Praticantes do Falun Dafa na China (Fahui da China), estou compartilhando minha história e espero me cultivar melhor.

Tornando-me um praticante

Tive problemas de saúde desde muito jovem. Após a aposentadoria, passei muito tempo todos os dias fazendo todos os tipos de práticas de qigong. Nenhum deles realmente ajudou a melhorar minha saúde. Um parente meu me contou sobre os benefícios milagrosos do Falun Dafa para a saúde, então decidi tentar.

Porém, assim que peguei o livro Zhuan Falun, os principais ensinamentos do Falun Dafa, pela primeira vez, fiquei com tanto sono que não conseguia abrir os olhos. Eu nem terminei de ler a primeira página antes de largar o livro. A mesma coisa aconteceu na segunda vez que tentei e ainda não consegui continuar. Naquela época, não sabia que era interferência do demônio da sonolência. Então, um ano se passou e eu mal li o livro. Meus movimentos dos exercícios também não eram precisos.

Mais tarde, um praticante me disse para passar mais tempo estudando os princípios do Falun Dafa para superar minha sonolência. Segui o conselho e li o livro todos os dias para romper a interferência. Também parei de fazer os outros tipos de sistemas de qigong no parque. Então, outro praticante me deu uma unidade UBS com histórias de compartilhamento de experiências de colegas praticantes. Eu as ouvi e fiquei muito impressionado com a forma como esses praticantes podiam se cultivar diligentemente. Além disso, fiquei comovido com os milagres e os fenômenos sobrenaturais do Dafa. Devido a isso, decidi ser um praticante genuíno e fazer bem as três coisas que o Mestre Li (o fundador do Falun Dafa) nos orienta. Comecei a contar às pessoas ao meu redor sobre a prática e instei-as a renunciar ao Partido Comunista Chinês (PCC). Como advogado, também usei minha experiência jurídica para esclarecer a verdade e me opor à perseguição.

Lidando com os casos contra os praticantes

Ao representar os praticantes do Falun Dafa processados por defender sua fé, não tive medo porque sabia que os praticantes não haviam feito nada de errado. Seja visitando centros de detenção, conversando com os policiais ou revisando casos em procuradorias ou tribunais, sempre me vesti para a ocasião e mantive uma imagem positiva. Ao manter as palavras do Mestre em mente, tratei a todos com gentileza e evitei fazer coisas que pudessem desencadear seus sentimentos negativos. Não importava a atitude que tivessem, eu sorria e falava educadamente. Eu gostava de agradecê-los por seu trabalho árduo e orientá-los, em vez de criticar sua atitude negativa no passado ou sua participação na perseguição de praticantes. Além de mostrar minha compaixão e perdão, também os aconselhei a seguir sua consciência ao lidar com casos e os lembrei das consequências legais de perseguir praticantes cumpridores da lei. Eu fazia isso tanto no tribunal quanto fora dele.

O Mestre disse:

“A Compaixão é uma energia enorme, a energia dos deuses retos. Quanto mais Compaixão estiver presente, maior esta energia se torna, e isso pode desintegrar qualquer coisa que seja má.” (“Ensino do Fa na Conferência Internacional do Fa em Washington D.C. de 2009”)

Não me detive em leis específicas em minha defesa dos praticantes. Em vez disso, concentrei-me em reforçar a bondade neles.

“Você é diferente de outros advogados com quem trabalhamos”, alguns promotores e juízes me disseram.

“As leis tendem a punir as pessoas por violar as leis”, respondi. “Para mim, é mais importante para uma pessoa saber o que é moralmente certo e o que é errado”.

Enquanto estavam detidos, alguns praticantes ocasionalmente perdiam seus pensamentos retos, não tinham determinação para defender sua fé, estavam apegados ao bem-estar de suas famílias ou até mesmo assinaram declarações de garantia sob pressão para renunciar à sua crença. Quando isso acontecia, eu os lembrava em voz baixa: “Você se lembra do que seu Professor te ensinou? Você não fez nada de errado, então não há nada com que se preocupar” ou “Você pode escrever uma declaração solene [para anular suas observações anteriores] e entregá-la aos funcionários”. Quando os praticantes recebiam tais dicas ou lembretes gentis, ficavam esperançosos. Ao serem levados de volta para suas celas, alguns praticantes imediatamente pediram papel e caneta para escrever tais declarações para anular suas declarações anteriores de desistência de sua crença. Tanto os guardas quanto a polícia perceberam que os praticantes mudavam assim que se reuniam com seus advogados.

Certa vez, fui a um centro de detenção para encontrar meu cliente praticante. Antes de nosso encontro, vários praticantes insistiram para que eu passasse para meu cliente um pedaço de papel com vários poemas do Hong Yinescrito pelo Mestre. Quando conversei com meu cliente, um guarda ouviu nossa conversa e veio perguntar: “O que você passou para ele?”

“Eu não dei nada a ele, você pode verificar a gravação do vídeo de segurança”, expliquei. “Eu apenas disse a ele que alguém me pediu para trazer algo para ele, mas ainda não dei a ele”.

O guarda não acreditou em mim. Ele agarrou minha bolsa e gritou em voz alta: “Vamos suspender sua licença!”

Ele relatou isso à polícia e eles logo chegaram. Eles me algemaram e me detiveram por mais de dez horas.

“Quem deu isso a você?”, “Qual o nome dele?”, “Qual é a sua atitude sobre o Falun Dafa?”, me perguntaram.

Eu disse a eles que não sabia o nome da pessoa que me deu aquele pedaço de papel. Além disso, eu disse que não havia violado nenhuma lei. Durante esse período, a polícia não me deu comida nem água. Eles até exigiram que me submetesse a exames de sangue e urina, aos quais recusei resolutamente. Eles não me soltaram até tarde da noite. Já não havia serviço de ônibus. Acabei ficando na casa de um parente e fui dormir depois da meia-noite. O Departamento de Justiça me ligou no dia seguinte, ordenando que meu escritório de advocacia escrevesse uma declaração de autocrítica. Sob grande pressão, o diretor do meu escritório de advocacia me pediu para trabalhar em outro lugar.

Ao ouvir isso, alguns praticantes de fora da cidade viajaram uma longa distância para me ver. Além de assumirem total responsabilidade por me pedirem para passar a nota ao meu cliente, eles ligaram para o diretor do meu escritório de advocacia para expressar sua confiança em mim e pedir ao meu escritório que me permita continuar trabalhando lá e representando meu cliente. Como eles também explicaram o que é o Falun Dafa, a situação melhorou rapidamente e eu também me senti fortalecido. Quando visitei meu cliente novamente, ele estava em lágrimas porque viu como fui ameaçado como advogado.

Em outra ocasião, fui com a mãe de outro praticante a um centro de lavagem cerebral para exigir sua libertação. Era um inverno gelado e ficamos do lado de fora o dia inteiro. O centro de lavagem cerebral não permitia que entrássemos, mas continuei ligando para eles e insistindo para que libertassem o praticante. “Esta é uma detenção ilegal”, expliquei. “Se o meu queixoso não for libertado hoje, iremos apresentar uma queixa crime”. No final, o praticante foi libertado naquela noite.

Ao defender praticantes detidos, também me reuni com seus familiares. Devido ao medo da perseguição, esses familiares frequentemente eram contra a prática do Falun Dafa de seus entes queridos. Outros praticantes tentaram esclarecer a verdade para eles, mas muitas vezes isso foi recebido com culpa e até ameaças. Como conversei com os familiares como advogado, eles foram mais receptivos.

Um dia, acompanhei a esposa de um praticante para visitá-lo em um centro de detenção. Ela disse que não gostaria que seu marido praticasse o Falun Dafa novamente.

“Não há nada de errado em praticar o Falun Dafa”, eu disse. “Olha! Que sorte você tem de encontrar um marido tão bom?!”

“Eu acho que ele é”, ela respondeu e fez uma pausa, “exceto por isso [praticar o Dafa]”.

“Vamos! Acho que esta é a melhor parte dele: o Falun Dafa é ótimo e muitas pessoas não são inteligentes o suficiente para praticá-lo. É muito difícil encontrar uma boa pessoa como ele”, acrescentei.

“Ah sim!”, ela ficou repentinamente aliviada e se endireitou com a cabeça erguida.

Enquanto viajava para vários lugares para representar os praticantes do Falun Dafa, também esclareci os fatos aos outros passageiros e perguntei se eles gostariam de renunciar às organizações do PCC. Nos últimos cinco anos em que representei praticantes, cerca de mil pessoas concordaram em renunciar à sua filiação nas organizações do PCC.

Para evitar problemas, sempre fui cuidadoso ao lidar com os casos do Dafa. Costumo não me aproximar de outros praticantes. A maioria deles não sabe que também sou um praticante e simplesmente pensam que sou uma pessoa comum que conhece os fatos do Falun Dafa. Apenas poucos praticantes estão cientes de minha identidade como praticante e, para minha segurança, eles não falam sobre isso. Contudo, uma vez, depois que um praticante foi detido, ele disse a outros presos na mesma cela que eu era um praticante. A polícia foi rapidamente informada sobre isso. Felizmente, os praticantes esclareceram bem os fatos nessa área. “Conhecemos a história de tal advogado”, disse certa vez um policial a um praticante, “mas não faríamos nada contra ele”. Esse incidente trouxe pressão sobre mim, mas não me impediu de ser um praticante diligente.

Superando tribulações

À medida que assumi mais e mais casos do Falun Dafa, tornei-me um alvo e meu departamento de justiça local, associação de advogados e agências governamentais em vários níveis tentaram me impedir de representar os praticantes. Eles até suspenderam temporariamente minha licença. Durante esses dias, fiquei frustrado e preocupado. Devido à falta de pensamentos retos, não consegui sair da situação. Embora praticantes de diferentes lugares me contatassem pedindo ajuda, eu negava os pedidos um após o outro, embora soubesse que eles precisavam urgentemente de apoio jurídico.

Depois de um tempo, as velhas forças se aproveitaram disso e tive sintomas de diabetes. Um dia, entrei em coma e minha família me levou às pressas para um hospital, onde os médicos emitiram um aviso de estado crítico. Enquanto estava em coma, vi uma enorme multidão vindo em minha direção e soube que eram fantasmas que queriam tirar a minha vida.

Lutei e gritei: “Não chegue perto. Isso não é da sua conta. Meu Mestre cuidará de mim”.

“Quem é o seu Mestre?”, alguém perguntou.

"Senhor Li Hongzi”, respondi.

Essa conversa foi retransmitida para mim por membros da minha família depois que fiquei consciente. Lembrei que, assim que disse o nome do Mestre, a multidão desapareceu e minha situação melhorou. Sempre que penso nisso, choro de gratidão ao Mestre. O Mestre me salvou e isso foi uma lição séria para mim.

Minha família não é contra a minha prática do Falun Dafa e até concordou em deixar o PCC depois que conversei com eles. Contudo, ao me ver quase morrendo, eles não entenderam por que um praticante se deparou com algo assim.

“Não é tão simples assim”, expliquei. “É como a escola. Alguns dos alunos vão para a faculdade; mas se alguém se sair mal, provavelmente não terminará a faculdade. É a mesma coisa aqui. Sim, o Falun Dafa pode trazer boa saúde enquanto se melhora seus valores morais. Porém, caso não se atenda ao padrão, ele ou ela ainda pode ter problemas”.

Esta lição me ensinou que eu tinha que me sair bem na prática de cultivo. Enquanto isso, procurei por brechas. Descobri que ainda abrigava noções humanas. Por causa da pressão do gabinete de justiça e da associação de advogados, fiquei intimidado. Temia perder prestígio, perdas financeiras e implicações para minha família. Todos esses eram pensamentos egoístas que não me tornavam diferente de um não praticante. Não é de admirar todos aqueles sintomas de doença.

Olhando para trás, percebi que realmente não havia me cultivado de acordo com os ensinamentos do Dafa. Embora tenha tentado ser uma boa pessoa de acordo com os princípios Verdade-Compaixão-Tolerância, ainda tenho um longo caminho a percorrer na jornada de cultivo.

Um praticante genuíno

Então, lembrei a mim mesmo que, para cultivar verdadeiramente, devo abandonar completamente as noções humanas e me assimilar incondicionalmente ao Dafa enquanto tenho forte fé no Mestre. Portanto, recitei as frases “Falun Dafa é bom” e “Verdade-Compaixão-Tolerância são boas” muitas vezes ao dia. Também memorizei e recitei o “Lunyu” (Sobre o Dafa) do Mestre para que eu pudesse estar imerso nos princípios do Dafa. Quando sentia dores nos pés e nas pernas à noite, sentava-me para praticar o exercício de meditação. Quando não conseguia me levantar, fazia o possível para praticar os exercícios em pé e implorava a ajuda do Mestre. Aos poucos, a situação melhorou.

Embora tenha decidido abandonar as noções humanas, era mais fácil dizer do que fazer. Por exemplo, alguns praticantes fizeram comentários negativos sobre mim, dizendo que eu sofria de problemas de doença porque havia cobrado praticantes por meus serviços jurídicos. Outra vez, quando cumprimentei a esposa de um praticante, o praticante me disse friamente: “Este é o apego da luxúria”. Eu me senti injustiçado.

Minhas cobranças eram muito baixas em comparação com os padrões da indústria. Eu também verifiquei com outros praticantes. Alguns deles disseram que não havia problema em cobrar uma taxa para se adequar à sociedade cotidiana. Quanto à luxúria, ao longo desses anos tenho sido cuidadoso nessa questão até com minha esposa. Eu não conseguia entender por que aqueles praticantes reclamavam de mim. Além disso, ouvi alguns deles dizendo coisas negativas pelas costas dos outros. Mesmo um não praticante correto não faria algo assim, então como um praticante poderia? Por causa do meu ressentimento, pareço frio ao falar com os outros. Ponderei se deveria continuar praticando o Falun Dafa. Lutei por muito tempo, mas, felizmente, percebi que nunca desistiria do Dafa.

Naquela época, cinco praticantes da minha região foram presos. Eram todos coordenadores. Com todos eles presos, ninguém coordenaria esforços para resgatá-los. Seus familiares vieram me pedir ajuda. Eles haviam tentado alguns advogados anteriormente. Como esses membros da família não eram praticantes, eles eram exigentes e tinham problemas para trabalhar com esses advogados.

O Mestre é muito compassivo e um praticante, Yan, veio à minha região para me ajudar a resgatar os cinco praticantes. Yan se esforçou tremendamente. Ele se comunicou bem com os familiares dos praticantes detidos e eles gostaram de trabalhar com ele. Ele também trabalhou duro para esclarecer os fatos às procuradorias e tribunais.

Fiquei comovido com o caráter altruísta e nobre de Yan – isso é o que um discípulo do Dafa deve fazer! Em comparação, as queixas que sofri não eram nada. Yan compartilhou seu entendimento: um praticante também pode cometer erros e alguns podem ser grandes erros. No entanto, devemos nos cultivar em vez de sermos perturbados. Os conflitos que encontramos são oportunidades para olharmos para dentro e melhorarmos.

O Mestre disse:

“...carecem de sofrimentos e conflitos; eles são incapazes de cultivar, uma vez que não têm a oportunidade de forjar a si mesmos para se elevarem a um nível superior.” (Capítulo I, Falun Gong)

“Geralmente, quando um conflito surge, se ele não irrita emocionalmente, então, ele não conta nem serve para aprimorar você.” (Quarta Aula, Zhuan Falun)

Então, perguntei a mim mesmo por que havia encontrado esses incidentes. Percebi que eram oportunidades para melhorar meu xinxing e aumentar a capacidade do meu coração de suportar sofrimentos. Comecei a me concentrar em cultivar minha compaixão. Levei cerca de dois anos para sair dessa situação. Depois que minha mentalidade mudou, outros praticantes também ficaram felizes em me ver. Alguns que reclamaram de mim por cobrar dinheiro também pararam de reclamar. Eu sabia que havia melhorado.

Para trabalhar junto com Yan como um só corpo, decidi me tratar como um praticante em vez de um advogado. Ou seja, eu me coloquei como ajudante de Yan para fazer o que fosse necessário. Porém, demorei um pouco para chegar lá e, de tempos em tempos, ainda transferia toda a responsabilidade para Yan.

O Mestre disse:

“Em todas estas situações devem demonstrar a generosidade, a bondade e a amabilidade dos discípulos do Dafa. As coisas que são de responsabilidade de outro discípulo, também são de sua responsabilidade, e aquilo que concerne a você também concerne a ele.” (“Ensino do Fa na Conferência do Fa de Washington, D.C.”)

Preciso melhorar nessas áreas. Além disso, descobri a influência da cultura do Partido do PCC em mim, incluindo a tendência de me proteger e me defender, ser desonesto e ter medo de perder a reputação.

Com a ajuda do Mestre, o trabalho de resgate correu bem. O marido de uma praticante detida ficou muito comovido. “Agora posso entender por que o trabalho de resgate é tão importante”, disse ele. Ele também chamou um juiz, esclareceu os fatos do Falun Dafa e o lembrou de não ser o bode expiatório do PCC.

Os esforços de resgate ajudaram as autoridades locais a se distanciarem da perseguição. Cerca de um mês atrás, dezenas de praticantes na minha cidade foram presos, mas nenhuma prisão ocorreu na minha área local. Alguns policiais bateram na porta dos praticantes e disseram: “Não há necessidade de abrir a porta. Apenas tome cuidado. Então foram embora.

Espero que nós, praticantes, possamos dar um passo à frente para abandonar o egoísmo, expor a perseguição e ajudar as pessoas a serem salvas.

O que descrevi são meus entendimentos limitados. Por favor, aponte qualquer coisa inapropriada.

Obrigado Mestre!
Obrigado, colegas praticantes!