(Minghui.org) Tenho 17 anos e sou praticante do Falun Dafa há cerca de seis meses. Naquela época, pouco antes do meu cultivo, as coisas não estavam indo muito bem na minha vida e eu estava espiritual e mentalmente confuso. Seguir com um modo de vida normal não me parecia satisfatório e proposital. Eu não sabia o que fazer da vida, não conseguia entender o que fazer da mesma. Por que eu estava aqui? Qual era o propósito da minha existência? Eu havia sido criado em uma religião que nunca respondeu às perguntas que eu tinha e nunca me conectou totalmente com seus ensinamentos. Eu estava muito perdido e desejei ter alguma prática para seguir e poder trilhar meu caminho.

Foi quando, como um relógio, meu irmão enviou uma cópia do Zhuan Falun por email para mim. No primeiro momento eu não sabia o que fazer com ele. Tendo sido criado em uma pequena cidade no nordeste dos Estados Unidos, eu não sabia nada sobre prática de cultivo, não sabia nem pronunciar o título do misterioso livro azul e algumas palavras nele para mim eram muito estranhas. No entanto eu estava profundamente intrigado com o livro e dificilmente conseguia deixá-lo de lado. Quanto mais eu lia mais perguntas eram respondidas pelo Mestre Li e com isso minha mente parecia se abrir para os profundos princípios do livro. Eu pude sentir que havia alguma coisa muito especial, poderosa e profunda sobre esse livro e senti que tinha achado meu caminho.

Pouco depois eu passei pela minha primeira tribulação, embora, na época, eu não a compreendesse totalmente. Eu estava indo com três amigos meus a um planetário para ver um show de laser. No caminho eu perdi a saída para a rodovia interestadual e, assim, o tempo de viagem aumentou cerca de 20 minutos. Para resolver esse contratempo comecei a acelerar para tentar compensar o tempo perdido, quando fui parado por um policial, recebi uma multa por excesso de velocidade e, além disso, perdi minha carteira de motorista por dois meses. Quando chegamos ao planetário, já era tarde demais e perdemos o show. No caminho de volta para casa, enquanto dirigia pela interestadual, comecei a sentir que o carro estava falhando. O medidor de combustível mostrava que tínhamos mais de um quarto de gasolina, mesmo assim, o que aconteceu foi que o carro estava sem combustível. Eu tive que ligar para meus pais de um celular e meu pai teve que nos levar um pouco de gasolina. Normalmente, por causa do meu temperamento, eu teria discutido com meu pai, mas por causa do aprendizado com o Zhuan Falun, fui capaz de permanecer calmo.

Depois daquela noite eu continuei lendo o Zhuan Falun. Terminei de ler o livro em algumas semanas e, depois de conversar com meu irmão, comecei a lê-lo novamente. Mesmo sem ter uma compreensão muito boa do Fa e sem saber nada sobre os cinco exercícios, no meu coração, eu sabia que queria ser um praticante do Falun Dafa e queria praticar o cultivo. Eu queria assimilar-me a característica do universo, Zhen Shan Ren (Verdade, Compaixão e Tolerância), e retornar ao meu verdadeiro ser original. Na verdade o meu desejo tinha sido atendido e agora eu tinha o meu caminho para seguir.

Quando comecei o meu cultivo, eu estava muito animado e feliz. Meu irmão me enviou um vídeo dos cinco exercícios e aparentemente eu consegui aprendê-los rapidamente. Apesar de não conseguir sentar na posição de flor de lótus completa e de não conseguir permanecer por um longo tempo no exercício postura parada Falun, eu me sentia muito feliz comigo mesmo durante a prática. Mas por causa do meu entendimento superficial do Fa, as coisas que comecei a abandonar e também as minhas mudanças, eram todas superficiais. Eu entendia que os apegos eram somente coisas materiais e que cultivar o caráter somente estava relacionado com valores morais. Além disso, eu não estava usando o Fa para me avaliar. Com esse mau entendimento, comecei a me aprimorar superficialmente. É claro que isso precisava acontecer para que eu me tornasse uma boa pessoa, isso é o primeiro passo para se tornar um praticante, mas com o passar do tempo, parecia que eu não estava fazendo muito progresso.

Li mais o livro e ficou claro para mim que o que eu estava fazendo não era o cultivo verdadeiro. Embora me sentisse muito bem comigo mesmo e com a minha prática, eu realmente não estava abandonando meus apegos mais profundos, a raiz da causa para todos os meus problemas. Por causa disso, minha mente ficou nebulosa e meus pensamentos não estavam claros. No Zhuan Falun, o Mestre Li disse: "Sempre que lhe aparecer este ou aquele tipo de interferência na prática, você deve buscar a causa dentro de si mesmo e descobrir que coisas você ainda não abandonou.” (Zhuan Falun, versão 2018). A partir disso, eu percebi que teria que abandonar mais do que apenas coisas superficiais se eu quisesse ser um verdadeiro praticante e verdadeiramente avançar. Não eram somente as minhas atitudes e hábitos que precisariam ser mudados e/ou abandonados, eram meu coração e mente que precisavam mudar. Se isso não ocorresse, o meu caráter não seria elevado e meu cultivo seria em vão.

Esse período tem sido como uma montanha-russa. Eu progrido, depois regrido, progrido novamente e regrido novamente. Mas por causa desses altos e baixos eu tenho aprendido muito. De fato, este é apenas o processo de cultivo. Por exemplo, no início do meu cultivo, toda vez que eu entendia algo novo do Zhuan Falun ou quando eu conseguia aumentar o tempo do exercício, eu ficava animado e pensava: "Uau, estou progredindo bem" ou "Uau, eu estou indo muito bem". Então, sem perceber eu ficava convencido e como resultado, regredia. Isso aconteceu por um bom tempo e foi quando percebi que, por causa do meu apego de “ser convencido” após um pequeno progresso, eu regredia. Uma vez que abandonei este apego, descobri que após progredir um pouco, conseguiria continuar progredindo. Porém, às vezes sinto-me preguiçoso, por isso tento ler o livro todos os dias e praticar quando posso. Quando o meu tempo de prática aumenta, agora penso: "Eu deveria aguentar mais tempo da próxima vez”.

Recentemente, passei por uma dura tribulação no meu cultivo. Ao longo de vários dias, minha mente tornou-se cada vez menos clara e a sensação de energia dentro de mim desapareceu. Comecei até a duvidar se eu era ou não capaz de cultivar. Eu não sabia por que isso estava acontecendo, mas depois de ler um parágrafo dos Essenciais para Avanço Adicional, encontrei minha resposta. O Mestre Li disse: “Eu também quero dizer que sua natureza no passado era baseada no egoísmo e no interesse pessoal. De agora em diante, qualquer coisa que vocês façam, deverão primeiro ter consideração para com os outros, para que assim você obtenha a correta Iluminação do desinteresse e altruísmo”. ("Não omissão na natureza Buda") Após ler isso, percebi que nas últimas semanas meus pensamentos haviam se tornado cada vez mais egoístas. Eu só estava pensando em coisas relacionadas a mim mesmo e não pensando nos outros e, quanto mais isso acontecia, mais meus problemas aumentavam. Então eu comecei a me preocupar mais e mais com isso e me esforcei demasiadamente para tentar descobrir qual era o problema; eu me tornei ainda mais absorto comigo mesmo ao invés de prestar atenção no cultivo do meu caráter. De fato o problema foi o apego ao egoísmo. Depois que percebi isso, uma semana de problemas desapareceu em um segundo e foi como se eu pudesse sentir a compaixão florescer dentro de mim. Depois disso, não tive um único pensamento egoísta sobre mim e só pude pensar nos outros. Foi um sentimento muito bom.

Agora posso sentar-me na posição de flor de lótus completa e minha prática é muito mais sólida. Quando estou praticando a meditação sentada, o quinto exercício, sinto que uma corrente quente baixa sobre todo o meu corpo e minha pele geralmente fica quente e vermelha. Na escola, me sinto muito feliz. Apenas sento em silêncio enquanto as pessoas competem e lutam por seus próprios interesses. Eu me sento com uma mente pacífica, mas também fico muito triste ao observá-los e ver o que eles estão fazendo. Eu costumava ser como eles e às vezes eu quero levantar e lhes dizer que o que estão fazendo é errado, que existe muito mais além de tudo do que eles pensam. Mas como sou praticante sei que não é minha função envolver-me em seus problemas. Eu acho que o desejo de se envolver de verdade está ligado ao apego de exibição. Sei que o sentimento de compaixão traz tristeza para as pessoas, mas sentir compaixão não significa que eu deva me envolver em seus problemas. Se eu realmente quiser ajudá-los, deveria falar sobre o Zhuan Falun para eles.

Recentemente, algumas pessoas da minha escola ficaram interessadas em aprender sobre o Falun Dafa e eu distribuí vários livros. Realmente, acho ótimo que eles estejam interessados nisso. Eu sorrio de orelha a orelha quando penso nos benefícios que eles obterão com isso. Divulgar o Falun Dafa é uma coisa muito boa e acho que preciso dar um passo nesse sentido. No futuro, tentarei organizar um grupo de leitura, iniciar um local de prática e colocar o Zhuan Falun nas livrarias da minha região.

Às vezes me sinto sobrecarregado e sinto que o cultivo à minha frente é muito difícil e complicado. Tento excluir esses pensamentos da minha mente assim que eles surgem, porque sei que são apenas meus apegos e carma interferindo comigo. Eles não querem ser eliminados, então resistem contra o meu cultivo. Eu devo estar determinado a fazê-lo, e deixar meu lado cultivado prevalecer sobre meu lado não cultivado, assim como aceitar as tribulações para eliminar meu carma. Quanto mais eu fizer isso, menos difícil será meu cultivo. Ao me deparar com um problema, devo lembrar que a superação realmente não é tão difícil e são apenas ideias e noções falsas previamente formadas que fazem parecer assim. Se eu puder ignorar essas ilusões e olhar para os problemas com meu lado cultivado, então não será um problema superá-las, independentemente de quais sejam as ilusões eu serei capaz de chegar muito mais perto do meu verdadeiro eu original. Afinal, o Mestre Li disse no Zhuan Falun: "depois que se passa pelos sombrios salgueiros, há flores resplandecentes e uma outra aldeia nova". Eu também devo dar passos maiores para melhorar meu caráter e avaliar cada pensamento e ação com o Fa.