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Tomar as dificuldades como bênçãos, olhar para dentro para encontrar a causa de nossas dificuldades

26 de fevereiro de 2019 |   Por um praticante chinês nos EUA

(Minghui.org) Eu estou nos Estados Unidos há mais de um ano. Agora, quando olho para trás, percebo que vivenciei mais dificuldades durante este ano do que em todos os anos desde que comecei a praticar o Falun Dafa em 1995. Sinto-me feliz por ter encontrado essas dificuldades, porque, do contrário, eu não teria sido capaz de melhorar meu caráter.

Eu sou um técnico na minha empresa. Minha responsabilidade é montar e testar diferentes tipos de equipamentos térmicos. Nos começo, tudo na empresa era novo para mim e tive que aprender com meus colegas. Eu senti como se estivesse sendo tratado como aprendiz. Recebia ordens para fazer todo tipo de trabalho trivial que ninguém mais queria fazer. Eu tive que suportar a impaciência das pessoas também. Sempre que encontrava algo novo, tinha que perguntar aos outros. Quando eu perguntava demais, eles ficavam impacientes ou, se estivessem de mau humor, ficavam irritados.

Diferentes produtos possuem procedimentos diferentes para montagem. Se os procedimentos não forem seguidos corretamente, alguns problemas podem ocorrer quando os produtos eram testados no final e isso, por sua vez, poderia trazer à empresa uma grande perda.

Por um certo período de tempo eu cometia erros com muita frequência. Algo sempre dava errado, mesmo de maneira absurda. Às vezes, embora obviamente acompanhasse muito bem os procedimentos e até recebesse o sinal verde de meus colegas, os resultados ainda eram frustrantes. Não surpreendentemente, recebi muitos comentários duros do supervisor do laboratório, o que me deixou muito triste. Eu pensei comigo mesmo: “Estou tentando fazer o meu melhor. Há algo de errado nisso?” Para piorar, um dos meus colegas sempre se reportava ao supervisor ao detectar o menor erro meu. O supervisor então ficava impaciente imediatamente e gritava comigo. Certa vez ele me disse: “Você não pode cometer erros o tempo todo. Caso contrário, eu não posso mais mantê-lo aqui”. Pensei: eu me zangaria também com toda aquela situação? E pensava em responder à ele: “Todos os seres humanos cometem erros. Você acha que eu os fiz intencionalmente?” Mas naqueles momentos, minha mente estaria ocupada por uma outra ideia e eu pensava: “Me demitir, então. Se o pior acontecer, eu irei para casa. É isso. Estou farto desse tipo de vida”. Essa situação continuou por um longo tempo, até que um dia cometi um erro assim que o supervisor passou. Ele me perguntou o que aconteceu. Eu disse a ele que cometi outro erro e esperava que ele explodisse com reclamações. Para minha surpresa, ele foi embora sem dizer nada. De repente, senti-me como se tivesse despertado de um sonho. Tantos dias de repreensões e discussões resultaram de um único apego: toda vez que um erro acontecia, eu sempre ficava em silêncio e tentava encobri-lo. Quando alguém vinha perguntar, eu dizia que tudo estava resolvido e bem. Sempre acreditei que, desde que o resultado final fosse, todos deveriam ser felizes. Eles não devem se preocupar em perguntar o que aconteceu no processo. Na superfície, meu argumento parecia razoável. Mas para um praticante do Dafa, não era. Um praticante deve seguir o princípio da "verdade", fazer as coisas de uma maneira correta, estar disposto a admitir quaisquer erros e ser bem claro em relação a cada assunto. A tentativa de encobrir erros não é um grande apego? Surpreendentemente, depois desse evento, raramente cometi erros. Consequentemente, o supervisor nunca mais reclamou, e ninguém se incomodou em relatar meus erros para ele.

Provavelmente porque ninguém na minha família criava problemas para mim, eu estava destinado a encontrar mais problemas na minha empresa para que eu tivesse oportunidades de cultivar. Um colega agia de forma muito agressiva em todos os assuntos. Ele tinha o hábito de reservar qualquer equipamento da empresa, mesmo que não tivesse uso imediato para isso. Dessa forma, quando chegasse a hora de usar um determinado equipamento, eu não conseguia, e meu trabalho atrasava. Além disso, sou uma pessoa disciplinada e organizada e sempre mantenho minhas ferramentas e equipamentos cuidadosamente ordenados. Ele era exatamente o oposto, deixava todos os equipamentos desordenados, sujos e às vezes quebrados depois que ele os usava. Às vezes, quando não conseguia encontrar suas próprias ferramentas, ele usava as minhas e às vezes perdia as minhas também. Meu trabalho estava sendo muito afetado. Coisas semelhantes aconteceram comigo quase todos os dias. Várias vezes não conseguia controlar meu temperamento e me irritava. Depois me arrependia do que fiz. Sobre a questão do aprimoramento do meu caráter, quando havia conflitos, sentia que estava me elevando muito devagar. Por que eu não podia sentir dentro de mim um coração de compaixão e bondade? Se um assunto trivial me feria, eu estava longe de ser firme e indiferente, como deveria ser um praticante do Dafa.

Depois de pensar sobre isso, entendi o porquê. Em primeiro lugar, foi porque eu havia adotado uma atitude tendenciosa em relação aos outros. Eu julgava aquele colega de trabalho como alguém egoísta, áspero e desorganizado em seu trabalho. Eu sempre percebi as coisas ao meu redor estritamente do meu ponto de vista. Quando os outros não faziam as coisas de acordo com minhas percepções, me sentia desconfortável com eles. Por que eu ficava tão zangado? Foi porque eles perturbaram o meu trabalho e criaram problemas para mim. Cada pensamento meu era apenas sobre mim mesmo. Isso não era egoísmo? Se ele estivesse criado problemas para os outros, perturbando o trabalho de outras pessoas, eu não teria ficado com raiva.

Em todo caso, devemos ser atenciosos com os outros! Depois que comecei a adotar essa atitude, não me senti mais incomodado pelos meus colegas de trabalho. Pelo contrário, comecei a sentir compaixão por eles, porque eles também estavam sofrendo com as dificuldades de suas vidas.