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Fahui da China | O caminho do cultivo que eu e meu filho trilhamos

10 de março de 2018 |   Por uma praticante do Falun Dafa na província de Heilongjiang, na China

(Minghui.org) Saudações, benevolente Mestre! Saudações, colegas de cultivo!

Estou muito feliz com a realização desta Conferência Anual da Troca de Experiências do Minghui para praticantes do Falun Dafa no Continente. Gostaria de aproveitar esta oportunidade para lhes contar a história do meu cultivo e o do meu filho.

Obtendo o Fa

A primeira vez que ouvi falar sobre o Falun Dafa foi em setembro de 1996, e eu estava grávida de seis meses. Aprendi que o Falun Dafa ensinava Verdade-Compaixão-Tolerância. Naquela época, eu estava apreensiva com o mundo em que meu filho iria nascer, onde a moral estava decaindo rapidamente. Procurei por todos os lados métodos que eu poderia usar para educar meu filho para que ele crescesse para ser amável, otimista, bem-humorado e elegante.

Voltei a trabalhar em julho de 1997, quando meu filho tinha seis meses de idade. Um dia eu estava falando sobre o significado da vida com um dos meus colegas quando ele sugeriu que eu lesse o livro Zhuan Falun. Quando vi os três caracteres de Verdade-Compaixão-Tolerância, senti como se estivesse vendo um farol no mar escuro. Essas palavras eram como três feixes de luz brilhando diretamente na profundeza do meu coração. Eles me encheram de alegria e brilho, e eu soube naquele momento que para criar o meu filho eu seguiria os ensinamentos do Dafa.

Jardim de infância

Em maio de 1999, eu e meu filho mudamos da casa dos meus sogros para nossa casa. Eu o levei em frente ao retrato do Mestre Li (o criador do Falun Dafa) e disse-lhe que este era o nosso Professor. Com dois anos e meio de idade, com as mãos pequenas apertadas na frente do peito, alegre e repetidamente ele se curvou diante da foto do Mestre. Fiquei tocada e sabia que ele estaria em boas mãos. Desde o início, eu sempre deixava tocando as palestras do Mestre para ele ouvir. Sempre que chegávamos em casa, tudo o que eu tinha que fazer era ligar a gravação de áudio e, enquanto ele ouvia, eu continuava com o que eu tinha que fazer. Eu não precisava fazer muito com ele. De vez em quando eu usava exemplos da vida real para lhe ensinar como ser uma boa pessoa.

Uma vez eu disse a ele: "Você é um discípulo de Falun Dafa e deve ser paciente com os outros. Por exemplo, no jardim de infância, quando as crianças ficarem bravas e aborrecidas, você não deve brigar com elas. Quando eles se sentirem melhor, vocês podem brincar juntos novamente. Quando ele chegou do jardim de infância uma noite, ele disse: “Mãe, hoje eu fiz assim!. Meu amigo estava gritando comigo, e eu simplesmente brinquei sozinho e esperei que ele se acalmasse. E depois voltei a brincar de novo com ele”.

Fiquei muito satisfeita: "Bom garoto, você fez o certo. Há um ditado que diz: ‘O coração de um primeiro ministro é grande o suficiente para puxar um barco. A testa de um general é grande o suficiente para corridas de cavalos’” Ele respondeu: "Mãe, também há uma frase: ‘Não estar dentro dos cinco elementos e transcender os três reinos’". (Zhuan Falun)

O professor do jardim de infância de meu filho comentou: "Ele é um garoto muito legal. Hoje em dia, as crianças são muito mimadas e egocêntricas. Mas seu filho tem compaixão. Ele ajuda quem está com problemas". Em uma aula aberta para os pais, enquanto a professora estava ensinando, o apagador de giz do quadro negro caiu no chão. O meu filho se levantou, andou e pegou o apagador para a professora. Um dos pais disse: "Olhe essa criança! Não é como nossos filhos. Ele sabe como agradar o professor". Eu sabia que meu filho só estava querendo ser útil.

Eu fiquei muito triste depois que Jiang Zemin, ex-chefe do Partido Comunista Chinês (PCC) começou com a perseguição em julho de 1999. Um dia, no jantar, eu disse ao meu filho: “Você pode não saber, mas você tem mais sorte do que as outras crianças". Ele desceu da cadeira, caminhou até mim, pôs as mãos nas minhas e me disse. "Eu sei mãe". Ele continuou dizendo:

"Pessoas comuns não me conhecem,

Eu me sento em meio ao Mistério;

Onde há lucros e desejos, lá eu não estou,

Cem anos depois, somente eu permaneço”

("O Desperto", de Hong Yin)

Ao ouvir isso eu me senti maravilhada e com lágrimas nos olhos!

Na hora de dormir ele muitas vezes me pedia para ler Hong Yin, Essenciais para Avanço Adicional e outros ensinamentos. Às vezes eu tinha que ler mais que uma vez até que ele adormecesse. Em 2001, quando fui enviada ilegalmente para um campo de trabalho forçado, pedi à sua avó que lesse o Hong Yin para ele na hora de dormir. A minha sogra me contou mais tarde que ele podia recitar todos os poemas do Hong Yin.

Escola primária

No final de 2003, quando voltei do campo de trabalho forçado, meu filho estava apenas começando a primeira série. Durante os três anos em que estive ausente, ele não estudou o Fa. No entanto, o Falun Dafa lhe trouxe boa sorte.

Seus colegas e professores admiravam a bondade dele. Ele foi eleito o monitor de classe. Outra aluna queria muito o trabalho, e meu filho estava pronto para desistir do título por ela. Mas a professora insistiu em nomeá-lo.

A sua professora sempre quis conhecer os pais que o criaram, e finalmente depois da minha libertação no meio do semestre, ela teve essa oportunidade. Uma vez o segurou e disse: "Como seria maravilhoso se você fosse meu filho!" Novamente comecei a estudar o Fa e a fazer os exercícios com meu filho.

Meu filho ficou gravemente ferido na escola primária. Um de seus colegas de classe o chutou na região da virilha, o que causou manchas pretas e azuis. Durante uma semana foi difícil para ele urinar. Outra vez, um grupo enrolou uma corda em volta de seu pescoço e puxou duramente. Como resultado o seu pescoço ficou roxo. Mas ele não disse à professora, nem me deixou reclamar ao professor ou aos pais. Ele disse que o aluno não fez isso de propósito.

Quando ele estava no quinto ano, durante uma entrevista entre pais e professores, o professor me disse que ele era muito capaz, mas que não gostava de brincar com seus colegas durante o recreio. A professora estava preocupada com isso. Fui para casa para perguntar a ele, e ele explicou: "A área é muito pequena, e ainda há tanta gente; eu não quero machucar os outros. E também não quero ser ferido pelos outros. Não me importo de não sair. Eu estou bem".

Colégio

Quando ainda criança, nós costumávamos conversar. Em setembro de 2008, quando ele começou a escola secundária, tivemos alguns desentendimentos. Eu o critiquei até que ele chorasse. Ele reclamou: "Vocês pais estão sempre certos. Não importa o que eu diga!". Sua reação me fez parar e olhar para dentro. Eu percebi que tinha sido autoritária, julgadora e rude. Quando o critiquei, não parei até fazê-lo chorar. Essa era a minha natureza demoníaca no trabalho!

Mesmo sabendo que eu estava errada, eu não sabia como admitir isso a ele. Eu me conscientizei de que eu era praticante de Falun Dafa e que ele também era. Ambos estávamos tentando fazer o melhor. Eu devia fazer o melhor na frente dele, então lhe pedi desculpas. Essa foi a primeira vez que pedi desculpas formalmente e admiti ter cometido um erro. Imediatamente ele me respondeu: "Mãe, eu também não fiz bem. Por favor, não fica chateada”. Eu senti a beleza que é olhar para dentro. Tive que olhar para dentro até com meu próprio filho. Não posso me considerar superior e nem somente falar com ele.

Nessa idade, ele não me acompanhava mais em todos os lugares. Quando eu saia, ele ficava em casa. Na segunda metade do ano, fui presa ilegalmente mais uma vez e fiquei detida por duas semanas. Ele foi com colegas praticantes para exigir minha libertação. Quando voltei, eu estava bastante deprimida porque não podia sair de casa sem ser detida. Eu também ignorei os sentimentos dele e não percebi o meu egoísmo.

Quando eu saía, eu desligava meu telefone. Quando eu ligava para ele, ele continuava me perguntando: "Mãe, onde você está?" Por razões de segurança, eu não podia dizer. Então, muitas vezes, eu só lhe dizia para não perguntar mais. Quando eu estava sob muita pressão, eu pedia que me ajudasse a enviar pensamentos retos. Ele gradualmente começou a se manter mais reservado e nem sequer saia mais com seus amigos.

Naqueles dias, olhando para trás, eu estava sendo negligente com ele, o que o fazia sentir-se solitário, deprimido e desamparado. Eu estava focada em mim e não tentava entender os sentimentos dele. Eu estava olhando as coisas apenas sob meu próprio ponto de vista. Felizmente, ele estava estudando o Fa e fazendo os exercícios. O Mestre sempre estava cuidando dele!

Colegial

Quando ele começou o colegial, de repente, usando suas palavras, ele "entendeu muitas coisas". Eu não impunha mais as minhas opiniões, porém tentava discutir as coisas com ele. Percebi também que ele se orientava com os ensinamentos do Falun Dafa para guiar sua vida diária. Lembro-me de um incidente quando ele ajudou anonimamente um colega de classe. Ele escolheu não dizer nada sobre isso, e aquele que foi ajudado não ficou sabendo. Fiquei muito emocionada quando ouvi a história.

Quando ele estava no segundo ano do ensino médio, ele trouxe para casa um formulário de inscrição para ganhar um prêmio Em um dos itens, eles pediam a afiliação política do candidato [para se qualificar, a regra oculta era que precisava ser membro da Liga da Juventude do PCC]. Ele estava hesitante e não tinha certeza se ele deveria concorrer ao prêmio. Mas, eu pensei que, como éramos discípulos do Dafa, mereceríamos ser reconhecidos: "Se somos os melhores, devemos ser reconhecidos". Então, ele preencheu o formulário deixando o espaço em branco. No final do semestre, ele recebeu o prêmio. Ele disse que não se preocupava muito com o resultado. Seu professor lhe perguntou se ele havia se afiliado à Liga da Juventude, e ele apenas respondeu que nunca havia feito.

Da escola primária ao ensino médio, todos os professores do meu filho comentavam que ele era muito atento. Como ele lia o Fa e fazia os exercícios, o tempo disponível para a lição de casa era limitado. Muitas vezes, ele terminava a lição de casa assim que chegava da escola. Um ano antes, ele deixou o ensino médio para entrar em uma boa universidade. Sua professora e outros pais ficaram tristes em vê-lo sair.

Universidade

Quando ele foi para a universidade, somente podíamos estudar o Fa e compartilhar nossos entendimentos durante os feriados, pois ele foi morar muito longe. Um dia eu lhe disse que gostaria de comprar um carro, e ele me contou uma história. Ele ganhou um carro em um evento. O organizador então o chamou para retirá-lo, mas ele recusou. O organizador assegurou-lhe de que não era um engano e que os advogados estariam presentes para oficializar. Ele ainda se recusou a reivindicá-lo. No final, em vez disso, eles lhe ofereceram dinheiro no caso de ele não querer um carro. Ele ainda recusou. Eles perguntaram o porquê, e ele respondeu dizendo que tinha suas crenças. Ele disse que mais tarde a oferta ressurgiu em sua mente para persegui-lo. Afinal, era muito dinheiro. Naquela época, eu não tinha emprego por causa da perseguição, e nossa família não tinha dinheiro para comprar um apartamento ou um carro. Era muito tentador.

Eu fiquei comovida e disse que ele deveria ter aceitado a oferta e guardado para uso nas atividades do Dafa. Ele disse que não era tão simples assim e que poderia haver outras formas legais. Ele também não tinha certeza de como poderíamos doar para o Dafa. E, além disso, o Mestre disse: "Quanta virtude terei que dar em troca de algo que não paguei?”(Zhuan Falun)

Descobri que meu filho havia ficado retraído depois que ele foi para o ensino médio. Ele não queria estudar o Fa comigo, e muito menos com outros companheiros praticantes. Ele também não falava sobre o trabalho de esclarecimento da verdade. Eu queria que ele fosse excepcional e nos orgulhasse, na escola e como cultivador. Eu queria ficar bem!

Este era o meu próprio apego à fama. Às vezes, eu ficava chateada porque ele parecia tão desmotivado, e eu insistia e argumentava com ele.

Um dia antes de voltar para a escola ele ficou com raiva de mim. Ele começou a listar muitas das minhas falhas, como a falta de fé no Mestre e no Fa, não ser respeitosa com o Dafa, não ter disciplina, egocentrismo, não me examinar e ser apegada às minhas próprias ideias.

Eu me acalmei depois que ele saiu e percebi que o Mestre o estava usando para me despertar. Eu sabia que precisava olhar para dentro e fazer melhor. Eu tentei lembrá-lo de não ficar preso no cultivo pessoal, mas descobri que isso estava sendo uma oportunidade para eu refletir sobre mim mesma. Percebi que precisava me concentrar no meu cultivo. Fiquei muito agradecida a ele!

Eu e meu filho não conversamos muito sobre coisas mundanas e cotidianas. As nossas conversas agora são sobre nosso cultivo. Assim que eu começo a falar sobre algo que é conduzido pelos meus apegos humanos, ele me para. Ele disse que, se não tivermos muito sobre o que falar, estaria bom se não disséssemos nada. Eu esperava que ele se tornasse isso ou aquilo, mas agora estou convencida de que, não importa o que ele faça, ele ficará bem, porque ele tem o Mestre e o Dafa.

Estou verdadeiramente em dívida com o Mestre, que me deu um praticante. Obrigada por sua proteção e graça salvadora.