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Rejeitando pensamentos negativos

30 de novembro de 2017 |   Por um praticante de Falun Dafa na Bélgica

(Minghui.org) Saudações, estimado Mestre e colegas praticantes.

Às vezes, fica difícil manter uma mente estável e não se deixar perturbar pelos fatores negativos que dizem que nada está sendo feito. Isto fica me dizendo que meus esforços para salvar pessoas não estão causando impacto e que é difícil atingir as pessoas. Na verdade, minha tentativa de salvar mais pessoas em grande escala faz com que eu sinta que não vou poder cumprir minha missão como deveria. Este não é um sentimento bom, porque me deixa passivo ao fazer as coisas.

Conseguem-se melhores resultados quando se cultiva sem nenhuma busca. No entanto, devido a pensamentos incorretos, eu deixo espaço para coisas negativas entrarem no meu campo. Depois de um tempo, isso me faz sentir inseguro comigo mesmo, e uma pergunta entra na minha mente: "Meu cultivo está indo na direção certa? Como eu sei que estou fazendo o que é certo”?

Eu li muitas histórias sobre praticantes que eram muito ativos e muito diligentes nos cultivos, mas que faleceram porque muitos apegos ainda não tinham sido cultivados. Esses apegos ficaram escondidos para todos, inclusive da própria pessoa. Como sabemos se o que estamos fazendo é bom o suficiente?

A falta de um coração determinado para cultivar me deixa inseguro como no início, e faz surgir maus pensamentos. Eles sussurram que é melhor desacelerar e viver uma vida plena neste mundo, fazer o que for divertido e fazer menos exercícios do Dafa. Esse é resultado dos fatores negativos que entram na minha mente semeando dúvida em determinados momentos do meu cultivo. Quando encontro esses tipos de pensamentos, tomo consciência deles e sei que minha consciência principal está acordada e reconhece os problemas.

Eliminar fatores negativos nos primeiros cinco minutos do envio dos pensamentos retos é muito útil e eficaz. Pouco depois, os pensamentos negativos desaparecem no meu campo e, ao mesmo tempo, fico mais seguro e mais forte no meu cultivo. Percebi que isso é o que o Mestre nos disse no Zhuan Falun e que, para ver se estamos determinados em nosso cultivo, seremos testados de tempos em tempos,

O Mestre disse:

"Em um dado momento, faremos que você tenha dúvidas sobre o que é verdadeiro e o que é falso, sobre se o gong existe ou não, se você pode cultivar ou não, se você pode realmente ascender por meio do cultivo, se Budas existem ou não, se são verdadeiros ou não. Em algum ponto no futuro, surgirá tal situação para lhe dar essa falsa impressão e que fará você sentir que nada disso existe e que tudo é falso. Dessa maneira é possível provar a sua determinação”. (Zhuan Falun, Palestra Seis “O coração definitivamente deve ser reto”).

Percebo agora que isso faz parte do meu cultivo. Tenho que melhorar meu xinxing para que coisas ruins possam ser removidas e meu nível possa elevar.

Compaixão verdadeira

Neste ambiente complicado das pessoas comuns, percebo que nem sempre me comporto como um praticante.

Nem sempre eu tenho compaixão por todos os seres e colegas praticantes. Isso também dificulta avançar, porque pode criar pensamentos negativos sobre os outros e sobre mim mesmo. Portanto, o envio de pensamentos retos desenvolve a compaixão para com os praticantes e para com todos os seres.

Há momentos em que eu tento fazer da compaixão um hábito, esperando que eu sempre consiga manter esse estado. No entanto, ficou claro o quão difícil é me manter nesse estado. Muitas vezes eu me esqueço da compaixão, especialmente quando vivo minha vida neste mundo de ilusão.

Sei também que isso é porque o meu nível não atingiu a pureza de um praticante diligente e firme, e que devo me concentrar em cultivar meu xinxing. Entrar em profunda tranquilidade quando medito não é um problema, mas nem sempre consigo sentir a compaixão que eu deveria sentir.

Ao fazer o quinto exercício, os apegos de outro praticante vieram à minha mente. Eu não conseguia entender por que essa pessoa agia daquela maneira. Imediatamente depois de ter esse pensamento, percebi que isso não era bom e que a minha mente não deveria criar pensamentos negativos. Em vez disso, ela deveria estar vazia.

Aí, então, apareceu uma criança, um garoto de cerca de 10 anos que parecia muito puro e que chorava. Eu queria ajudá-lo e cheguei mais perto. Ao olhar para ele, pude sentir tudo o que ele estava pensando, e ele também sabia tudo o que se passava na minha mente.

Eu soube, então, que essa criança chorava por causa dos apegos daquele praticante no qual eu tinha pensado. Esse menino não estava condenando essa pessoa, mas ele se sentia indefeso por não ser capaz de encontrar uma forma de ajudar a eliminar os apegos do praticante.

Olhando mais fundo na mente desse menino, percebi que ele estava chorando exatamente por mim, pelos sentimentos negativos que eu havia tido por aquele praticante. Ele me mostrou que eu estava criando mais carma e mais dificuldades no meu cultivo e no cultivo de todos. Ele viu que meu coração não era de compaixão, mas de condenação, e essa era a razão pela qual ele chorava.

Eu pude ver que ele sentia uma profunda preocupação por mim e profunda ansiedade por não poder nos ajudar. Olhando para esse menino puro me fez sentir envergonhado, e as lágrimas desceram pela minha face. A diferença entre mim e o estado desse menino foi enorme. Ele não tinha nada a ver comigo nem com aquele outro praticante; ele só se preocupou com nós dois e queria nos ajudar a desistir dos nossos apegos.

A compaixão que ele mostrou foi uma coisa que eu nunca tinha experimentado. Será difícil alcançá-lo nesta dimensão humana, mas devo fazer o meu melhor. Devo tentar, no mínimo, perdoar tudo e a todos, e ser grata quando for tratada de forma injusta.

Quando vejo apegos ou coisas que parecem estar erradas, e para melhorar o meu cultivo, preciso ter um coração de compaixão em vez de condenação. Eu deveria tentar encontrar uma solução para ajudar os outros ou deixá-los ver seus problemas. Essa é a verdadeira compaixão para com os outros.

Salvando mais seres sencientes

Como o tempo passa rapidamente, sempre penso em maneiras de alcançar mais pessoas. Participar de um desfile parecia ser um bom caminho para muitas pessoas conhecerem a beleza do Falun Dafa. Assim, entrei em contato com o organizador do desfile anual de uma cidade próxima, na qual já tínhamos participado há cinco anos.

O organizador ficou muito feliz por ter o Tian Guo Marching Band de volta ao desfile. Quando o conheci, vi que há cinco anos ele tinha três flores de lótus penduradas em sua parede.

Não seria fácil organizar esse desfile um mês e meio antes da ‘performance’ do Shen Yun. Além disso, eu queria construir um ‘float’ no qual vários praticantes pudessem fazer o quinto exercício. No último desfile há cinco anos, puxamos um pequeno vagão e um praticante estava sentado na posição de lótus. Este ano, eu queria fazê-lo mais bonito.

A minha esposa não gostou da ideia, porque tínhamos acabado de comprar um carro novo, e eu queria construir o ‘float’ com esse carro. Ela se preocupou com a possibilidade de danificá-lo, mas prometi que teríamos muito cuidado. Foi tudo novo para mim, e eu não queria ocupar o tempo de outros praticantes por causa do Shen Yun, então por isso, comecei a trabalhar sozinho.

Por causa do esforço pela divulgação do Shen Yun, o trabalho para o ‘float’ foi adiado. Após as apresentações do Shen Yun, ficou claro o quanto ainda precisava ser feito. Havia também muitas outras coisas que precisavam ser organizadas tais como os acertos com hotéis e comida para a banda. Era preciso o envolvimento de outros praticantes. Conforme a data ia se aproximando eu ficava mais ansioso. Chegou a um ponto em que minha tolerância estava no seu limite e meu estado não era mais estável. Houve momentos em que eu desejei nunca ter começado a construir esse ‘float’.

Essa foi uma indicação do meu nível xinxing. Lamentava os momentos em que eu estava sendo um tanto difícil para com outros praticantes e até para com pessoas comuns. Eu esperava que eles pudessem me perdoar. Durante essa fase difícil, sonhei que um enorme navio estava atracado a uma curta distância de nós. Ele era tão grande que eu não conseguia ver nem a copa, nem as costas e nem a frente dele. Não estava na água, mas no chão. Juntamente com a minha família e muitos, muitos outros praticantes, estávamos tentando persuadir todas as pessoas que encontramos para que acreditassem no Dafa.

Tentamos convencê-las a entrar nesse navio que as levaria à eternidade. Os praticantes estavam com pressa e muita gente já havia tomado seus lugares. Todos nós sabíamos que não havia muito tempo; uma vez que o navio começasse a sair, a oportunidade de salvar as pessoas naquela região iria terminar. Não haveria uma segunda chance. Todas as pessoas que eu pude persuadir me mostraram um sentimento incrivelmente feliz e caloroso.

Eu acredito que esse sonho foi para me encorajar a continuar com o trabalho e não esmorecer. Ainda há muita gente andando por aí e que não sabe a verdade.

Lembrando todos os meus problemas, acho que eles foram organizados para testar meu xinxing e a minha resistência.

Ao enfrentar situações difíceis, até quando perco a calma, vejo minhas deficiências. Todas foram causadas pelos meus apegos. Cultivar sem dificuldades não é cultivar. Ao encontrar dificuldades tento alcançar e manter um estado harmonioso de compaixão.

O desfile foi muito bom. Quando vi as faces felizes e os aplausos das pessoas ao verem o esforço dos praticantes para informá-los sobre o Falun Dafa, as dificuldades e os problemas que encontrei desapareceram como se nunca tivessem existido.

(Apresentado na Conferência Europeia do Fa 2017)