(Minghui.org) O Tribunal Distrital Sul de Seul da Coreia do Sul inesperadamente revogou a sua própria decisão às 16h30 em 4 de maio, anunciando que seria proibido ao Shen Yun Performing Arts, uma grande companhia de dança clássica chinesa, apresentar-se no KBS Hall de Seul de 6 e 8 de maio. No entanto, o mesmo tribunal havia decidido em 19 de abril que o Shen Yun poderia realizar apresentações. A nova decisão foi tomada pouco antes de um final de semana longo com feriado nacional, iniciando-se em 5 de maio, não deixando a companhia nenhuma hipótese para apresentar recurso.

Soube-se que o regime chinês exerceu grande pressão sobre o Serviço de Radiodifusão Coreano. A decisão, com base em duas cartas da embaixada chinesa para o KBS, argumentava que se o KBS permitisse que o Shen Yun atuasse, a empresa poderia perder US $ 8 bilhões em receitas provenientes de negócios com a China.

O Shen Yun Performing Arts é a única companhia de grande escala de representação da arte chinesa com sede em Nova York. Ela é composta por quatro companhias de dança e centenas de artistas, incluindo orquestras ao vivo, que viajam pelo mundo simultaneamente. As produções do Shen Yun – incluindo coreografia, música, letras, trajes e cenário – são totalmente originais e tem como missão reviver antigas tradições culturais da China.

Muitos dos dançarinos do Shen Yun e membros da empresa são praticantes do Falun Gong, uma disciplina espiritual tradicional que é brutalmente perseguida pelo Partido Comunista Chinês. O cancelamento do contrato em Seul e a revogação da decisão judicial na Coreia do Sul revela mais uma vez como o regime chinês estende a sua perseguição ao estrangeiro.

O Shen Yun Performing Art emitiu o seguinte comunicado de imprensa em 4 de maio.

Ameaçado por Pequim, teatro sul-coreano cancela shows

Seul – O Shen Yun Performing Arts tomou conhecimento hoje que um tribunal sul-coreano emitiu uma ordem cancelando quatro atuações em Seul neste fim de semana. A decisão do tribunal cita a intervenção da Embaixada da República Popular da China e do receio do teatro perder potenciais negócios com a China. Como resultado, milhares de detentores de ingressos não poderão assistir à apresentação do Shen Yun, e a democracia e a liberdade da Coreia do Sul sofreram um golpe, pois como parece, os tribunais coreanos agora obedecem a Pequim.

O mundo vai permitir que o Partido Comunista Chinês decida sobre as artes?

O Shen Yun está sediado em Nova York. Fomos fundados em 2006 com a missão de ressurgir a cultura tradicional chinesa e compartilhá-la com o mundo. Esta cultura, que tem uma história de cinco mil anos, precisava ser reavivada porque o Partido Comunista Chinês passou décadas tentando destruí-la. Suas campanhas políticas como a Revolução Cultural conduziu esta cultura tradicional – outrora tão incrivelmente espiritual e rica – para a beira da extinção.

Mas ao longo da última década, o Shen Yun tem celebrado este patrimônio nos palcos mundiais. Por meio da dança clássica chinesa, música e trajes autênticos, apresentamos as lendas e virtudes da China antiga. Todos os anos fazemos turnês por mais de 100 cidades ao redor do mundo, atuando em alguns dos teatros mais venerados e recebemos elogios de autoridades governamentais, artistas e críticos de teatro.

Este ano, nós gostaríamos de atuar no KBS Hall de Seul como parte da nossa turnê mundial de cinco meses. Em fevereiro, depois de ter recebido uma carta da embaixada chinesa, o KBS Hall decidiu cancelar o aluguel do local para o Shen Yun, mesmo depois de o contrato ter sido assinado. A organização anfitriã da apresentação, New Cosmos Media, levou então o caso a tribunal e, em 19 de abril, o Tribunal Distrital Sul de Seul emitiu uma ordem determinando que o Shen Yun devia ser autorizado a se apresentar no KBS e que o cancelamento não tinha fundamento.

Em 4 de maio, no entanto, o mesmo Tribunal Distrital emitiu uma nova ordem, revogando a decisão e mantendo o cancelamento. O KBS tinha anteriormente negado ter recebido qualquer tipo de pressão da Embaixada da China, mas a nova sentença judicial, fortemente desfavorável ao Shen Yun, revelou que a embaixada havia escrito pelo menos duas cartas para o KBS (22 de janeiro e 29 de abril). Estas continham ameaças veladas sobre pôr em perigo a cooperação com a China caso o Shen Yun fosse autorizado a atuar.

A nova decisão foi anunciada meia hora antes de todas as repartições administrativas, tribunais, embaixadas e teatros fecharem para um feriado nacional, que, quando combinado com o final de semana que se seguia, se estendia até depois das apresentações agendadas.

Tomamos conhecimento desta nova decisão durante a apresentação em Ulsan, Coreia do Sul, justamente dois dias antes da noite de abertura em Seul no KBS. Milhares de ingressos já haviam sido vendidos.

A ordem judicial não deixa dúvidas que:

1) A República Popular da China está usando o poder político e o engodo de benefício financeiro para tentar impor aos cidadãos de outros países o que eles podem e não podem assistir. Isso nós já sabemos de incidentes semelhantes na Coreia do Sul e outros países, comprovado com a cópia de uma carta enviada pela Embaixada da China ao KBS Hall.

2) Teatros da Coreia do Sul e o sistema legal estão sacrificando sua integridade moral e as liberdades do povo coreano, a fim de cumprir as exigências da embaixada chinesa.