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Parlamento Britânico realiza audiência sobre a extração forçada de órgãos na China

15 de julho de 2016 |   Por Tang Xiuming, correspondente do Minghui

(Minghui.org) Em 30 de junho de 2016, dois dias depois da Comissão de Direitos Humanos do Partido Conservador iniciar um relatório sobre a situação dos direitos humanos na China, o Parlamento Britânico realizou uma audiência destacando o assassinato dos prisioneiros de consciência, especialmente dos praticantes do Falun Gong, para a extração dos seus órgãos.

Com o título de “O momento mais sombrio: A repressão aos Direitos Humanos na China de 2013 a 2016”, o relatório da Comissão publicado em 28 de junho dá ênfase a “repressão sem precedentes” dos direitos humanos nos últimos três anos e descreve 22 recomendações para o governo do Reino Unido.

O vice-presidente da Comissão, Benedict Rogers e Fiona Bruce, presidente da Comissão, conduziram a audiência de 30 de junho. O advogado de direitos humanos, David Matas, o jornalista investigativo Ethan Gutmann, a ativista de direitos humanos Anastasia Lin e o ex-cirurgião Enver Tohti falaram no evento.

Conduziram a audiência no Parlamento britânico: Benedict Rogers, vice-presidente da Comissão e Fiona Bruce, presidente da Comissão.

David Matas: Um grande número de praticantes do Falun Gong são mortos para a extração dos seus órgãos

“Desde que eu e David Kilgour publicamos a Colheita Sangrenta, a terceira versão do nosso relatório em forma de livro, e Ethan Gutmann publicou seu livro The Slaughter, nós três permanecemos ativamente escrevendo, pesquisando, investigando e denunciando o abuso dos transplantes de órgãos na China”, disse Matas.

Em 22 de junho, após a Câmara dos Representantes dos EUA aprovar por unanimidade a Resolução H.Res.343, que condena a extração de órgãos de prisioneiros de consciência na China, estes três investigadores lançaram no National Press Club uma atualização dos seus livros anteriores. Este novo relatório de 680 páginas (disponível para download no site www.endorganpillaging.org) fornece uma atualização abrangente do trabalho de investigação feito pelos três autores ao longo da última década. Com mais de 2.300 referências, o relatório inclui um grande volume de informações coletadas dos relatos da mídia, declarações oficiais, revistas médicas e sites do hospital.

Matas disse quando pesquisou os hospitais e os médicos, um a um, uma série de particularidades saltaram aos olhos, e “uma delas é o elevado número de transplantes”.

Matas observou que a extração de órgãos na China ocorre em grande escala e acontece de forma tão eficiente que o ponto crítico da indústria de transplante de órgãos da China não é a disponibilidade das fontes de órgãos, mas sim as instalações e as restrições de pessoal. Além disso, muitos hospitais militares se encontram envolvidos nas atrocidades.

Gutmann: um espectro familiar do genocídio humano

Gutmann disse que muitos hospitais e médicos participaram da extração de órgãos. Por exemplo, os autores estimam que o Primeiro Hospital Central de Tianjin realiza mais de 5 mil transplantes por ano, enquanto o Hospital Militar nº 309 de Pequim provavelmente executa mais de 4 mil transplantes por ano, ou seja, somente nestes dois hospitais ocorrem cerca de 10 mil transplantes.

“E isso gera uma estimativa de, não 10 mil, mas 50 mil a 60 mil transplantes por ano”. O Sr. Gutmann acrescentou: “Este é um espectro familiar do genocídio humano – disfarçado por modernos jalecos brancos”.

Gutmann disse que a atrocidade não é apenas um problema relacionado ao Falun Gong. Pelo contrário, é um genocídio que está ocorrendo na sociedade contemporânea.

Direitos humanos: um tópico ignorado na China

Anastasia Lin, a chinesa vencedora do concurso Miss Mundo Canadá, que foi banida da China por causa do seu trabalho na área de direitos humanos e pela prática do Falun Gong, disse que o seu pai que mora na China começou a receber ameaças após ela ganhar o título.

Anastasia Lin, a vencedora do Miss Mundo Canadá.

A Srta. Lin espera que as pessoas tenham tempo para saber o que é o Falun Gong. A prática de meditação baseada em valores tradicionais. O Falun Gong atraiu pelo menos 70 milhões de pessoas na China antes de ser reprimida em 1999 pelo governo comunista. “Desde então, muitas pessoas inocentes, assim como eu e você, foram mortas por [recusarem-se a desistir da] sua crença, a crença nos princípios da Verdade-Benevolência-Tolerância”, disse Lin.

Enver Tohti, um ex-médico Uyghur, que há 18 anos foi forçado a retirar os órgãos de um prisioneiro do corredor da morte na região de Xinjiang, China, testemunhou no evento. Ele disse que o prisioneiro tinha recebido um tiro não-fatal no peito e que nenhum anestésico foi utilizado.

O Dr. Tohti explicou o ato como resultado do controle ideológico. “Quem quer que você seja, se as suas opiniões são diferentes das do Partido Comunista Chinês, isto irá transformá-lo em um inimigo – não será mais um ser humano, mas sim uma propriedade do governo [do partido] que ele pode usar como quiser”.

“Foi somente após eu vir para o Reino Unido que eu gradualmente percebi que não tinha sido educado sobre os direitos humanos na China continental. Com base na minha ideologia na época, eu cheguei a pensar que ser capaz de participar da morte de um inimigo do Estado [do Partido] era uma coisa gloriosa”, refletiu.

Enver Tohti (à direita), um ex-médico Uyghur que relatou sua experiência dolorosa, há 18 anos.

Comissão de Direitos Humanos insta esforços contra a continua extração de órgãos

Fiona Rogers pediu que mais membros do Parlamento prestem atenção a esta brutalidade: “Especificamente sobre a questão da extração de órgãos, uma das nossas recomendações do relatório é que deve haver um inquérito internacional e independente para estabelecer a verdade sobre o que está acontecendo no que tange a extração de órgãos”, incluindo de onde vêm os órgãos e o volume de transplantes que são realizados.

Benedict Bruce concordou: “Recomendamos uma investigação internacional sobre a extração de órgãos na China, e pedimos ao governo britânico para assumir a liderança sobre este assunto Além disso, ele disse que a questão da extração de órgãos deve ser abordada '‘não apenas de forma privada, mas publicamente’'”.