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Nada pode interferir com a minha jornada de cultivo (parte 1)

17 de abril de 2015 |   Por Huixian, uma praticante do Falun Gong da província de Shandong na China

(Minghui.org) Eu comecei a praticar o Falun Gong no final de 1996. Eu pensei, “Mestre! Como é que eu não o havia encontrado até agora!”

Desde então, cada palavra do sr. Li Hongzhi, chamado de Mestre pelos praticantes do Falun Gong, está gravada em meu coração.

Uma analfabeta é capaz de ler o Zhuan Falun

Eu era analfabeta e estava preocupada que seria incapaz de ler o Zhuan Falun, o livro principal do Falun Gong. Eu me ajoelhei em frente à foto do Mestre e disse, “Eu preciso melhorar no meu cultivo e ser capaz de ler os livros do Falun Gong, mesmo que eu aprenda apenas uma palavra por dia.”

Eu abri o Zhuan Falun e sublinhei, com o meu dedo, todas as palavras. Depois que adormeci, uma voz me disse para que eu acordasse e lesse o sumário. Eu não sabia nada sobre o que era um sumário, nem onde eu poderia achá-lo. Pedi ajuda ao meu filho. Ele sugeriu que eu começasse transcrevendo o Lunyu, o prefácio do Zhuan Falun.

Não foi fácil transcrevê-lo e levei muitas horas, mas perseverei. Antes de terminar de transcrever o último parágrafo, eu havia memorizado o prefácio.

Além disso, assim que eu me deitei para dormir, uma fileira de palavras brilhantes apareceu diante dos meus olhos e uma voz que soava como a voz do Mestre me ensinou a ler. Eu memorizei cada palavra no Zhuan Falun e as recitei durante o dia inteiro. Em seis meses, eu já conseguia ler o livro inteiro (com exceção de algumas palavras).

Com o passar do tempo, minha casa se tornou um local de prática. Um estudante universitário atuou como assistente e depois que ele voltou para a universidade, solicitaram que eu fosse a assistente. Todo sábado eu ia ao local de prática de nossa cidade para estudar os livros do Falun Gong e compartilhar experiências com os assistentes de outras áreas. Meu estudo constante da lei e princípios da prática, também chamado de Fa, estabeleceu uma base sólida para o meu cultivo.

Sonhos antes do início da perseguição se tornaram verdadeiros

Eu tive um sonho durante a noite de 17 de julho de 1999. Nesse sonho, enquanto estudava os livros do Falun Gong, eu percebi que havia um incêndio fora de nossa casa. Pressionei o Zhuan Falun contra o meu peito e corri para fora da casa. Todas as casas na vila estavam em chamas, com muita fumaça saindo para fora delas. Eu pedi ajuda para apagar o incêndio, quando três grandes sombras escuras vieram em minha direção.

Eu segurei o Zhuan Falun na minha mão esquerda, levantei a direita e gritei, “Falun Gong é bom!” As três sombras escuras desapareceram. Acordei e meu coração batia aceleradamente.

Peguei no sono de novo e, no meu sonho, me encontrei com um grupo de pessoas, inclusive com o nosso antigo assistente. Eles me falaram das terríveis consequências que aguardavam aqueles que continuavam a praticar o Falun Gong. Eu não tive medo. Eles tentaram me matar e matar o assistente anterior, embora, no sonho, o jovem rapaz não fosse inabalável em suas convicções.

Esse sonho agourento mostrou-se verdadeiro de muitas formas. O jovem, mais tarde, renunciou ao Falun Gong, porque ele não foi capaz de abrir mão do seu apego a uma jovem moça, que pediu que ele fizesse aquilo. No fim das contas, ela o deixou de qualquer forma.

O chefe do departamento de polícia aposentado de nossa cidade disse ao meu segundo irmão mais velho, no dia 19 de julho de 1999, que impedisse qualquer um da nossa família de praticar o Falun Gong e que queimasse ou entregasse imediatamente os livros sobre a prática. “Essa ação do governo é mais drástica que a Revolução Cultural!”, disse ele. “Todos os policiais aposentados do nosso departamento foram chamados de volta à ativa, apenas para suprimir a prática do Falun Gong, a qual começa amanhã.”

Todos os meus irmãos vieram até a minha casa e exigiram que eu renunciasse ao Falun Gong. Eu me recusei, então o meu segundo irmão se virou contra mim, me bateu e exigiu a devolução do dinheiro que eu havia pego emprestado dele.

Eu não tinha dinheiro nenhum, então disse que ele poderia vender a minha casa. Uma garrafa de cerveja que ele trouxe com ele explodiu naquele exato momento, deixando um furo no teto. Todo mundo percebeu a atmosfera assustadora.

20 de julho de 1999: o primeiro dia da perseguição

Naquele dia, alguns colegas praticantes e eu fizemos a meditação sentada no pátio da minha casa, quando Chen, o chefe da delegacia de polícia, funcionários públicos da vila e cerca de oito pessoas chegaram ao local. Eles apenas nos observaram e conversaram entre si.

Quando terminamos, Chen apanhou o meu toca-fitas e foi embora, enquanto praguejava contra o Mestre e o Falun Gong. Eu fui atrás dele, porque queria o meu toca-fitas de volta. Ele disse que, como eu não tinha nenhuma instrução, eu não sabia o que estava fazendo. Ele ameaçou me levar presa e me encarcerar se eu não fizesse o que ele dissesse. Ele admitiu que todos na vila falavam bem de mim, mas insistiu que praticar o Falun Gong era algo ruim. Eu disse a ele que foi o Falun Gong que me transformou numa boa pessoa.

Eu apontei suas más ações, incluindo o confisco de propriedade privada e o uso de muitos palavrões. Além disso, os policiais sob seu comando exigiam comida grátis nos restaurantes. Ele tentou fugir de mim e continuou a praguejar.

Os vizinhos amontoavam-se nas ruas e riam da discussão. Até o chefe da vila virou sua cabeça para o lado e tampou sua boca. Ele me pediu para ficar quieta. Eu disse a ele que eu não teria falado nada, se Chen não tivesse pegado minhas coisas e amaldiçoado o fundador do Falun Gong.

Recusando-se a ser perseguida

Por volta de 40 pessoas da prefeitura da cidade vieram até a minha casa naquela tarde. Eles exigiram que eu assistisse ao programa de propaganda do Partido Comunista Chinês, mas eu me recusei. Então eles exigiram que eu retirasse da parede a foto do Mestre e novamente eu me recusei. Um policial retirou-a de lá e a confiscou de qualquer maneira.

O chefe da vila e o chefe de polícia exigiram que eu escrevesse uma “declaração de garantia” dizendo que eu deixaria de praticar o Falun Gong. Me recusei e, em vez disso, escrevi que continuaria a praticar.

Chen exigiu que eu comparecesse à delegacia de polícia diariamente. Eu disse, “Não! Eu não desobedeci nenhuma lei sendo uma boa pessoa. Por que eu deveria comparecer à delegacia de polícia diariamente?” Ele não me forçou, mas enviou policiais subalternos à minha casa todos os dias.

Esses policiais exigiam que eu falasse sobre os meus pensamentos acerca do Falun Gong, escrevesse uma declaração de garantia e afirmasse que eu havia desistido da prática. Eles gravaram o que eu disse. Eu pedi a eles que lessem o que haviam escrito. Eu os adverti para que não tentassem me enganar. Eles tinham admiração nos seus olhos e um largo sorriso no rosto, quando leram para mim: “Eu irei cultivar e praticar o Dafa com firmeza.”

Eu contei a eles sobre os benefícios do Falun Gong. Eles aprovaram o que eu falei e disseram: “Você nos transformou. Talvez pratiquemos o Falun Gong.

Pus o Zhuan Falun na mesa de canto e eles o leram. Eles se tornaram como membros da família. Um policial me disse: “Os moradores da vila disseram a Chen apenas coisas boas sobre você. O secretário do partido na vila disse que até mesmo nove bois não são capazes de puxá-la em sentido contrário depois que você decidiu por um caminho.” Eu sabia que o Mestre estava me encorajando.

Perdendo a família

Minha família e meus parentes vieram até a minha casa na tardezinha de 20 de julho. Minha mãe lamuriou-se, ajoelhou-se e segurou as minhas pernas. Eu percebi que isso era para testar se eu conseguiria permanecer impassível quando os meus entes queridos estavam em miséria. Pedi a ela que ficasse de pé e se acalmasse. Ela se levantou e parou de chorar.

Meu segundo irmão me pediu para escrever uma declaração de garantia. Ele falou sobre os problemas que nossa família enfrentou durante a Revolução Cultural. Ele disse que eu havia arruinado a vida de toda a família e que se eu não renunciasse ao Falun Gong, nossas crianças seriam expulsas da escola. Ele também não foi capaz de mudar a minha mente.

Assim que minha família percebeu que eu continuaria a praticar o Falun Gong, eles decidiram assinar a declaração no meu nome. Eles pediram para que eu colocasse minha digital no documento, em vez disso, eu rasguei a declaração.

Meu irmão me bateu, e mesmo isso não mudou a minha mente. No final, ele desistiu e me disse que eles não me consideravam mais da família. Também ameaçaram me espancar se algum dia eu aparecesse na casa deles.

Ganhando o apoio das cunhadas

O secretário do partido da vila me perguntou se, naquela tarde eu gostaria de vender alguns pêssegos, eu concordei.

Duas das minhas cunhadas me ajudaram a colher os pêssegos. Elas não haviam voltado para casa junto com o resto da família. Em vez disso, elas esperaram fora da minha casa durante toda a noite. Elas não gostaram de como eu fora tratada pelo resto da família e temiam que eu cometesse suicídio.

“Não se preocupem. Não importa como eles me tratem, eu não irei guardar rancor”, eu disse. “Os discípulos do Falun Gong não cometem suicídio. Mas agradeço por se preocuparem comigo.” Após colhermos os pêssegos, elas foram embora sem almoçar.

A polícia descobriu que nós não usamos pesticidas, contudo os pêssegos se desenvolviam muito bem. Eles ofereceram comprar todos os meus pêssegos por um alto preço. Eles também deixaram dinheiro na prefeitura da vila para os gastos com a educação do meu filho.

Os moradores da vila ficaram com inveja. “Ela pratica Falun Gong”, eles disseram. “Você pode argumentar que não é extraordinário o fato de sua lavoura crescer sem pesticidas, mas os pêssegos dela não foram tocados por insetos, embora ela não tenha pulverizado nenhum produto químico. Não importa o quanto nos esforcemos para vender os nossos, nós não conseguiríamos vender ao preço dos dela.”

Juntei as palmas das minhas mãos e, em meu coração, agradeci ao Mestre.

Em defesa do Dafa: pronta para enfrentar Pequim

Fui para a cama mais cedo em 1 de outubro e tive esse sonho: havia um fogão de carvão e um dos pedaços de carvão em chamas saltou para fora. Eu sabia que isso era um conselho do Mestre para que eu desse um passo à frente e defendesse o Dafa. Da última vez, fiquei com medo e não fui à Pequim, mas dessa vez nada iria me impedir.

Eu ouvi de alguns praticantes que colegas de fora da cidade iriam à Pequim, apelar ao governo central pelo direito de praticar o Falun Gong. Concordei em ir com eles.

Por volta de 30 praticantes de nossa vila foram até a Praça Tiananmen em 1 de outubro de 1999. Um policial à paisana me perguntou se eu havia vindo para peticionar. Eu admiti que queria peticionar pelo direito de praticar o Dafa. Eu me recusei a dizer de onde eu havia vindo. Um policial pisou no meu pé, enquanto outro me deu um chute – apesar disso, eu não senti nenhuma dor.

Eu não estava com medo, mas um colega praticante estava apavorado e acabou dando aos policiais o nosso endereço. Todos nós, os 30, fomos presos e levados à delegacia de polícia de Tiananmen. Uma policial se recusou a acreditar que eu tinha 41 anos de idade e, por isso, escreveu na ficha policial que tinha 28 anos.

Falun Dafa muda o coração das pessoas

Chen, o chefe da delegacia de policia da nossa cidade, foi até Pequim nos buscar. Eu fui levada para uma cela temporária, enquanto meus colegas praticantes foram levados para o centro de detenção.

Para a minha surpresa, o diretor do estabelecimento era um velho conhecido meu. Eu o estava procurando porque ele havia confiscado uma fita de vídeo das palestras de nosso Mestre e também os livros do Dafa. Em 1997, ele havia prometido devolver o material assim que os tivesse lido e agora estava envergonhado pois havia entregado os livros para as autoridades.

Mas ele cuidou muito bem de mim e pediu que eu me alimentasse quando ele almoçava no local onde eu estava presa. Era a época mais fria do ano e ele me trouxe três cobertores para que eu pudesse me aquecer durante a noite. Às vezes ele me fazia tomar conta do aquecedor na sua sala para que eu pudesse me aquecer.

Três praticantes foram transferidos para o local onde eu estava presa e colocados na minha cela. Nós compartilhamos nossos pensamentos, debatemos e encorajamos uns aos outros.

Eu fui interrogada por Yang, chefe do departamento de polícia; Chen, antigo chefe da delegacia de polícia da cidade; e o chefe político. Chen me perguntou se eu praticaria outra coisa que não fosse o Falun Gong.

“Não!”, eu disse. “Nada mais é capaz de mudar uma pessoa. Dafa nos diz para sermos bons. Por exemplo, você, como diretor, quer que seus subordinados trabalhem bem para que você se preocupe menos. Não é verdade? Eu nem mesmo conheci o meu Mestre. Tudo o que fiz foi gastar meros 9,50 yuanes para comprar o livro Zhuan Falun. Esse livro me mudou. Não importa como vocês tentem controlar as pessoas, vocês são capazes de mudá-las? Vocês não são.”

Nós nos sentamos e palavras – do fundo do meu coração – jorraram de mim. Ele levou-as para dentro do seu próprio coração. Ele mudou completamente. Sua raiva foi embora e ele não praguejou mais.

Eu disse que havia estado doente e tentado todo tipo de medicação, hospitais, medicina ocidental, medicina chinesa, fengshui e muitas outras técnicas. Nenhuma delas havia me curado. Porém, em três dias de prática do Dafa, eu recuperei a saúde. Além disso, em seis meses, eu deixei de ser uma analfabeta e passar a ser capaz de conseguir ler o Zhuan Falun.

Repentinamente Chen se pôs de pé. “Eu me juntei ao partido 40 anos atrás”, ele disse. “Em mais de 40 anos, o partido não conseguiu me mudar. Mas você me fez mudar!”

Em seguida, o chefe Yang falou comigo. Eu disse a ele que estava determinada a praticar o cultivo. Ele me ameaçou: “Nós iremos lhe condenar há vários anos… ou iremos lhe enviar para o deserto noroeste, de onde não há volta.”

Eu respondi: “Aquilo que você diz não conta. Por quê? Vocês também são controlados por seres divinos. Vocês não podem fazer aquilo que quiserem. As coisas não são como vocês imaginam que são. Vocês podem ter o melhor plano hoje, mas vocês não sabem o que acontecerá amanhã. Pensem um pouco, não é assim que as coisas são? Vocês acreditam na existência de seres divinos?”

De volta à cela, eu tive um sonho no qual eu tinha acabado de fazer uma prova. Foi um sonho desagradável, mas após eu acordar, percebi que eu havia passado num teste.

Eu estava autorizada a voltar para casa e os três praticantes na minha cela ficaram encorajados. Eu disse a eles que deveriam permanecer inabaláveis e nunca se deixar serem transformados ou forçados a renunciar à crença deles no Falun Gong. Eles dois juntaram suas mãos em frente o peito e prometeram permanecer inabaláveis.

Meu maior arrependimento é nunca ter visitado aqueles praticantes, após eu ter prometido que o faria.

(Continua)