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A importância da humildade para um coordenador

14 de março de 2015 |   Por um praticante na Espanha

(Minghui.org)

Saudações Mestre

Saudações companheiros praticantes

Sou um praticante da Espanha que obteve o Fa em 2006.

Durante o encontro do Shen Yun realizado recentemente em Nova York, o Mestre mencionou que os praticantes na Europa estavam muito passivos. Durante anos eu venho me fazendo a mesma pergunta: por que existem tantos praticantes que se envolvem muito pouco nos projetos da retificação do Fa?

Na maioria das vezes procurei fora pela resposta e raramente a busquei dentro. A primeira vez que notei isso foi depois de estudar “Ensinando o Fa na Conferência Internacional do Fa em 2009 da Grande Nova York”, em que o Mestre diz: "Aqueles que dirigem as coisas são responsáveis por elas, assim como também são [responsáveis] aqueles que cooperam; cada um é responsável. Porém, não lhes ocorreu que estamos sempre falando como os outros ‘não cooperam bem’, com algumas pessoas sempre falando como os dirigentes têm este e aquele problema? Em todos os casos, isto é olhar para fora, cultivar para fora e vigiar aquilo que os outros estão fazendo. Porque ao invés disso, não olhamos nossas próprias falhas e tentamos verdadeiramente agir de forma correta? Se você pode realmente fazer as coisas corretamente, como os outros vão ver você? Então, quando você, como coordenador, está ansioso para que as coisas sejam feitas, por que não reflete por um momento naquilo que você pode ter feito de forma inadequada que fez com que os estudantes não quisessem fazer o que você disse a eles? Então vocês devem se lembrar, é cultivo, precisamente cultivo!”

Estava claro para mim que eu tinha que olhar para dentro para encontrar a causa do porque que a maioria dos praticantes não participava do projeto do Epoch Times na Espanha. Essa foi a primeira vez que eu percebi que meus pensamentos negativos para com outros praticantes estavam afetando diretamente o projeto e foram criando uma barreira em outras dimensões que nos separava e nos impedia de trabalharmos juntos.

Pela primeira vez, cada vez que eu enviava pensamentos retos, eu adicionei um pensamento de eliminar todo pensamento negativo para os meus companheiros praticantes e, por meses, eu fiz todo o possível para restringir qualquer pensamento negativo que surgia com relação a outros cultivadores.

A situação mudou muito rapidamente e dois praticantes logo me ligaram para me dizer que tinham entendido que eles deveriam estar mais envolvidos no projeto do Epoch Times e me perguntaram como eles poderiam ajudar. Esses praticantes tornaram-se dois pilares no jornal e assim permanecem até hoje.

Logo depois, nós três organizamos várias reuniões com praticantes de diferentes áreas da Espanha para trocar ideias sobre o projeto e obter mais envolvimento e o resultado foi que cerca de 40 praticantes se reuniram para participarem de uma ou de outra forma.

No entanto, não fui capaz de manter esta dinâmica por muito tempo e os pensamentos negativos em relação aos meus companheiros praticantes reapareceram. Assim como vários praticantes tinham aderido rapidamente ao projeto, muitos se afastaram ou minimizaram seu envolvimento.

Ter mais paciência

O Mestre disse: "O nível que você pode alcançar depende inteiramente da sua capacidade de resistir e de suportar sofrimentos." (Zhuan Falun)

Quantas vezes eu li esta frase? No entanto, ainda era muito difícil para eu interiorizá-la e recentemente eu descobri o porquê.

Preocupado com a situação econômica do jornal, pedi a um colega praticante um maior envolvimento com as vendas. Sua resposta foi que ele estava ocupado demais com outros projetos e era impossível fazer mais do que aquilo que ele já estava fazendo. Isso me chateou profundamente e por vários dias eu caí num estado de negativismo e menosprezei os companheiros praticantes. Eu até me dirigia mal a eles. Eu estava tão chateado que levou alguns dias para eu perceber que eu deveria olhar para dentro e descobrir por que eu estava me comportando dessa maneira.

Primeiro, eu percebi que eu não estava fazendo bem as três coisas. Como em situações anteriores, eu tinha caído sem me dar conta, porque tinha dado mais importância em fazer coisas do que ao meu próprio cultivo. Eu não estava estudando bem o Fa, minha mente vagava constantemente e eu não fazia esforços conscientes para me concentrar. Eu raramente e pobremente estava enviando pensamentos retos de forma correta, minha mente estava em outras coisas e eu sofria interferência do sono. Eu estava fazendo exercícios apenas uma ou duas vezes por semana, usando a minha falta de tempo como desculpa. Eu me senti muito pesado como se estivesse carregando uma carga pesada que lentamente estava me fazendo afundar no chão.

Bem, estava claro para mim que eu tinha que primeiro fazer bem as três coisas e novamente priorizar meu cultivo. Assim, pouco a pouco, uma vez que era muito difícil, eu comecei a estudar melhor o Fa, comecei a me concentrar mais ao enviar pensamentos retos e comecei a fazer os exercícios mais regularmente. Tudo ao mesmo tempo me tirou do estado em que eu me encontrava.

Então, um dia, eu me iluminei para o quanto era importante aceitar as dificuldades com Ren no meu coração e como, ao fazer isso, as dificuldades foram resolvidas rapidamente e meu xinxing se elevou.

O Mestre disse:

"O que é o xinxing? O xinxing abrange vários aspectos: inclui virtude [de] (virtude é um tipo de matéria), Ren, iluminação, ser capaz de abandonar todos os apegos e desejos de pessoa comum, ser capaz de suportar sofrimentos, etc. Abrange muitas coisas de diferentes aspectos. Somente quando cada aspecto de seu xinxing é aprimorado é que você realmente pode se elevar." (Zhuan Falun)

Entendi melhor do que nunca quando o Mestre disse:

"Dizemos que, se diante de um conflito, alguém puder dar um passo para trás, ele se encontrará diante de um imenso mar e de um céu sem limites; certamente será uma cena diferente.” (Zhuan Falun)

Desde então, eu tentei manter isso em mente e sempre que uma dificuldade surge, eu tento não me preocupar e, em vez disso, eu olho para dentro e encontro uma solução. Eu não posso fazer isso o tempo todo, mas eu tento mais conscientemente do que antes.

Vejo como esta pequena melhora afeta diretamente o meu relacionamento com os meus companheiros praticantes e como tudo flui mais naturalmente quando eu sou mais tolerante. Mesmo assim, eu ainda tenho muita paciência para cultivar e, a partir de agora, espero fazer melhor a este respeito.

Tendo mais compaixão

Na minha mente eu sou muito exigente com os outros, mas eu nem sempre expresso isso em palavras. Exijo que eles se cultivem melhor, que façam mais coisas para o Dafa, que fiquem livres de seus apegos, etc. Ao invés de olhar para os seus aspectos positivos, eu olho o lado ruim e eu os julgo e os condeno por isso. Eu olho para os apegos deles como se fossem eles. Ao invés de compreender que os apegos são algo que eles acumularam e que ainda não foram capazes de eliminar, em vez de pensar em como eu poderia ajudá-los a eliminá-los, eu pensava que esses apegos eram eles mesmos. “Ele é egoísta, ele é preguiçoso, ela está com medo.” Como eu poderia ajudá-los a remover seus apegos se eu os fixo em pedra?

Esses pensamentos negativos formam uma substância suja em outra dimensão que nos impede de nos assimilarmos a Zhen-Shan-Ren. É um tipo de carma que torna mais difícil para nós cultivar, isolando-nos da natureza do universo. Na superfície podem-se fazer todas as três coisas bem, mas se ele ou ela não faz nenhum esforço para eliminar esta questão e continua aumentando, eu acho que isso pode se tornar um grave carma de doença. Então eu acho que esta questão é extremamente importante e devemos prestar muita atenção a isso.

Recentemente eu descobri que desenvolvendo mais a tolerância, eu poderia ter mais compaixão. Eu podia ver os apegos como algo exterior ao praticante e eu poderia ter o coração para ajudá-lo a removê-los. Eu poderia mudar as exigências de minha mente para compreensão e misericórdia, que é poderoso o suficiente para ajudar momentaneamente a dissolver qualquer fator do mal que poderia estar explorando a lacuna deixada por qualquer apego e o praticante responderia positivamente. Essa compaixão vem naturalmente do coração e vai diretamente para o coração da outra pessoa; não é preciso ter a intenção de se ter compaixão.

Uma semana atrás eu decidi ligar para todos e cada um dos praticantes envolvidos no Epoch Times e pela primeira vez convocar uma reunião para estudar o Fa e para compartilharmos experiências. Eu sempre convoquei a reunião por e-mail, pensando que era o suficiente, mas uma vez, quando eu vi que poucos vieram a uma reunião, eu fiquei com raiva e minha mente abrigou todos os tipos de pensamentos negativos em relação àqueles que não vieram. No entanto, desta vez, eu decidi deixar meus pensamentos negativos de lado e chamar aqueles contra os quais eu tinha guardado um ressentimento no meu coração por um longo tempo, como se nada de ruim nunca tivesse acontecido entre nós.

O resultado foi que mais praticantes vieram para a reunião. Durante a troca de experiências, vários praticantes apreciaram o fato de que eu os tinha chamado pessoalmente. Minhas palavras foram as mesmas do passado, mas o meu coração tinha mudado.

Ao escrever as palavras acima no escritório do Epoch Times, uma das praticantes que me agradeceu por chamá-la veio para dizer que queria distribuir o jornal um dia a mais a fim de me ajudar no trabalho de distribuição para que eu pudesse colocar mais tempo nas vendas. No dia seguinte, antes de iniciar a distribuição do jornal, outra praticante veio até a mim e disse que estava disposta a fazer parte da minha distribuição para que eu pudesse passar mais tempo vendendo. Embora eu tivesse pedido ajuda na distribuição por vários meses a fim de colocar mais tempo na venda, não foi antes dessa reunião que essa ajuda chegou, certamente ela veio quando meu coração mudou.

No entanto, eu ainda tenho que cultivar muito mais a compaixão e eu vejo que um dos principais motivos é que eu dou importância demais para mim mesmo.

Sendo mais humilde

No início do meu cultivo eu descobri que tinha fortes apegos a fama, reconhecimento e exibicionismo. Desde então eu sempre tentei me restringir a esse respeito, mas esses apegos têm muitas camadas e quando eu me avalio com o Fa, eu percebo que eles ainda estão presentes e, por vezes, criam um efeito negativo sobre os meus companheiros praticantes.

Eu geralmente esqueço que tenho as habilidades que foram concedidas pelo Dafa para auxiliar o Mestre a retificar o Fa. Eu as tomo como minhas e fico orgulhoso delas. Eu me sinto muito capaz, o que me faz pensar que minhas ideias são as mais corretas e que meus entendimentos são os mais adequados. Isso às vezes me leva a descartar rapidamente as ideias dos outros, sem muita consideração, o que desencoraja os meus companheiros, os quais lentamente começam a se sentirem mais separados do projeto.

Além disso, eu não tento descobrir quais habilidades o Mestre deu aos meus companheiros praticantes, assim, em minha mente, eu limito o potencial deles e desconfio da capacidade deles, esquecendo de que cada praticante é equivalente a 100 ou 1.000 pessoas comuns.

Se eu fosse mais tolerante e tivesse mais compaixão, eu seria capaz de me lembrar de que cada discípulo do Dafa é extraordinário e que o meu trabalho como coordenador é promover o melhor de cada praticante para que ele ou ela pudesse dê o melhor de si mesmo para salvar seres sencientes.

Mais paciência, mais compaixão e menos importância a si mesmo são as principais características que tenho observado nos coordenadores que alcançaram um maior envolvimento dos praticantes num projeto.

Ao observar a pureza com que eles agem, eu fui levado às lágrimas por esses coordenadores e eu rapidamente entendi como eles conseguiram envolver todos os praticantes e, finalmente, alcançaram o sucesso de um projeto.

Sem saber, eles me ajudaram a mudar a minha maneira de olhar para certos praticantes que eu acreditava serem impossíveis de lidar. Eles simplesmente tinham mais Shan e Ren do que eu tinha com relação a esses praticantes e, portanto, foram capazes de tirarem o melhor desses praticantes, alcançando grande sucesso para o projeto. Graças a eles, eu aprendi que eu não deveria colocar limites na minha paciência ou minha compaixão. Eu não deveria colocar limites nas capacidades dos outros. Eu deveria ser humilde.

Eu pensei que eu fosse humilde, mas eu estava me medindo segundo os padrões das pessoas comuns e não pelos padrões do Fa. Depois de olhar para esses coordenadores, vejo que ainda estou muito longe de atingir sua humildade e que eu deveria fazer esforços conscientes para me mover nessa direção.

Sendo tão diligente como eu era no início do meu cultivo

Para ser mais humilde, a primeira coisa que preciso fazer é ser mais diligente fazendo todas as três coisas. Eu tenho que estudar melhor o Fa, tenho que enviar melhor os pensamentos retos, eu tenho que esclarecer a verdade e tenho que fazer os exercícios todos os dias, porque isso me dará energia suficiente para fazer tudo o que eu tenho que fazer de forma mais suave.

Ensinando o Fa na reunião do Epoch Times, o Mestre disse: “O mesmo é verdadeiro para o trabalho no Epoch Times. Não importa qual trabalho você assuma lá, nenhum deles representa a altura do seu cultivo. A única coisa que importa é se você é ou não é diligente. Tratando-se de cultivo, vocês sabem, o que os Deuses e Budas olham é simplesmente o coração da pessoa; eles apenas olham se você é ou não é diligente em relação ao seu próprio cultivo.”.

O Mestre também nos relembrou no Ensino do Fa em 2013 na Conferência Internacional do Fa na Grande Nova York: “Frequentemente as pessoas me dizem coisas como: ‘Antigamente quando eu lia o Fa, meu nível se elevava tão rapidamente. E quando eu lia o livro, as coisas que iriam melhorar meu entendimento eram constantemente reveladas para mim. Por que não tenho mais essa sensação’? Então pensem todos: será que você está ‘cultivando com o coração que você tinha antes'?”

Aproveito a oportunidade para pedir desculpas aos meus companheiros praticantes pela minha falta de humildade. De agora em diante eu vou fazer o meu melhor para priorizar o meu cultivo e olhar para dentro quando eu encontrar dificuldades. Eu vou ser mais tolerante e ter mais compaixão para com os meus companheiros praticantes e vou fazer o possível para que juntos possamos ajudar o Mestre a salvar mais seres sencientes. Eu não vou deixar meu Mestre decepcionado, eu vou cumprir minha missão histórica e eu vou voltar para o meu reino celestial.

Obrigado Mestre

Obrigado companheiros praticantes

(Discurso na Conferência Européia de Troca de Experiência do Falun Dafa em Copenhagem de 2013)