(Minghui.org) Saudações Mestre! Saudações companheiros praticantes!

Gostaria de compartilhar com vocês algumas tribulações que tenho encontrado durante o meu cultivo e o meu entendimento a respeito delas. Iniciei meu cultivo em Falun Gong em janeiro de 2011, graças a um praticante chinês que me deu um folheto e pude saber mais sobre o cultivo. Então, comecei a praticar.

Desde pequeno, minha intuição dizia que mais além desse mundo material havia muitas outras coisas que uma pessoa necessitava aprender. As pessoas me diziam que estava sempre distraído. Apesar do desprezo que sentia pelas religiões, durante muitos anos estive buscando maneiras de cultivar minha mente a fim de encontrar algum caminho que conduzisse à Verdade. Falun Dafa, profundamente, mudou de forma gradual e fundamental a minha maneira de entender a vida.

Cultivar a fala

O Mestre disse em Zhuan Falun:

“Quando abrimos nossas bocas para falar, sempre falamos de acordo com o xinxing de uma pessoa que refina gong, não dizemos palavras que semeiam discórdia nem coisas que não são boas. Sendo pessoas que se cultivam e refinam, devem avaliar a si mesmos e avaliar se devem dizer essas palavras ou não, de acordo com o padrão do Fa.”

Era difícil para mim falar com as pessoas pessoalmente, especialmente com os outros companheiros praticantes; inclusive quando pensava que havia coisas que necessitavam serem comunicadas, evitava fazer isso. Tinha medo de expressar o meu ponto de vista, ou as minhas opiniões e que isso me levasse a ter confrontos com os outros. Tinha medo de poder cometer um erro naquilo que iria dizer e também que fosse comparado com o que os outros pensavam; e também, caso me expressasse, poderia não agradar os demais.

Frequentemente era difícil que as pessoas me entendessem, pois falava em voz baixa,devido principalmente a não ter muita confiança. Recentemente, um praticante me apontou isso repetidamente aos risos, o que me moveu muito. Quis chorar porque sempre sentia vergonha por esse defeito e às vezes isso havia afetado que eu esclarecesse a verdade.

Sendo um discípulo do Dafa, esses apegos profundamente enraizados no meu interior estavam contra mim mais do que nunca. Também pude ver que era capaz de eliminá-los gradualmente.

O Mestre disse em Zhuan Falun:

“O cultivo da fala que mencionamos refere-se a essa fama e esses benefícios entre as pessoas comuns que não podem ser deixados e que não tem relação com o trabalho concreto dos cultivadores na sociedade; ou conversar entre os discípulos da mesma via sobre coisas inúteis; ou presumir sobre si mesmo dirigido por apegos; ou transmitir rumores das vias pequenas; ou conversar longamente e com excitação sobre alguns assuntos da sociedade.”

Há outra razão pela qual achava difícil falar com os outros pessoalmente. Algumas coisas eram muito importantes, mas só podia sentir que não era capaz de expressá-las apropriadamente. Duas possibilidades: ou não encontrava as palavras adequadas para expressar completamente o que queria, ou não era capaz de pensar com clareza. Não havia feito bem, falhei em ser “verdadeiro”, havia repetido uma e outra vez todos os meus conceitos pós-natais e noções. Nesses instantes, me sentia muito arrependido por ter informado mal as pessoas que confiaram naquilo que eu lhes dizia.

Às vezes faço afirmações ao acaso, as quais não são mais do que um reflexo das minhas noções humanas. Deveria refletir da perspectiva de um discípulo do Dafa.

Gradualmente me dei conta de que tinha um problema em cultivar a fala. Mediante o estudo do Fa, minha consciência principal tornou-se forte, já não falava mais sobre prejuízos, nem queixas ou coisas inapropriadas. Muitos dos meus apegos eram revelados nas minhas palavras, isso me deu uma boa oportunidade para identificá-los e livrar-me deles.

Aumentando minha benevolência pelo esclarecimento dos fatos e elevação do meu xinxing

Desde que comecei a estudar o Fa, tenho modificado a forma em que vejo os outros. Agora me dou conta de que antes abrigava muitas noções egoístas e carecia de benevolência com os outros.

Agora podia sentir frequentemente o sofrimento dos seres conscientes, às vezes inclusive sentia o impulso de ajudá-los e consolá-los. Pouco a pouco, fui tornando-me amável. Agora levo os demais em consideração. Deixei de menosprezar as pessoas, pelo contrário, procurei compreendê-las, colocando-me no lugar dos outros. Se os pensamentos de desprezo para os demais surgiam, eu procurava eliminá-los. O que me fazia desprezar os outros? Era um mal-entendido sobre a situação e de não olhar para dentro para encontrar a razão.

Por exemplo, fui a uma cidade várias vezes esclarecer os fatos; as pessoas do local pareciam frias e arrogantes. Um amigo íntimo disse que possuía a mesma impressão. Logo senti algumas dificuldades quando esclarecia os fatos e coletava assinaturas para a petição.

Se permitisse que esse pensamento se apoderasse da minha mente, iria menosprezá-los e pensar: “Bem, vou deixá-los em paz. Vou deixá-los sentirem-se bem consigo mesmos”. Com esse pensamento em minha mente, realmente queria me manter afastado deles. Mas se olhava para dentro, desconfiaria desse pensamento e ainda seria capaz de continuar com minhas atividades de esclarecimento da verdade. Sabia que isso não era nada mais que um sentimento que pode se expandir ou se contrair dentro de mim, mas que não é benéfico. Esse sentimento estava conectado com a minha preguiça, impaciência e mentalidade de buscar resultados. Realmente, nessa cidade existem muitas pessoas agradáveis que não são como eu pensava que eram. Em meu nível, ainda não podia compreender algumas situações complicadas; somente podia atuar com humildade e fazer o que os discípulos do Dafa devem fazer. Em suma, a atitude correta era ser tolerante, perseverante e paciente para entender que estava ascendendo a um nível superior.

Transitar o caminho que o Mestre arranjou

Quando esclarecia os fatos no mercado, a maioria das pessoas, que tomavam conhecimento sobre a perseguição dos praticantes do Falun Gong, se comovia. Alguns derramavam lágrimas, outros expressavam sua indignação contra os perpetradores das atrocidades e havia pessoas que desejavam ajudar. Levavam materiais e listas das petições para seus parentes e amigos. Mas, às vezes, as coisas não ocorriam com tanta fluidez.

Num lugar afastado havia um pequeno mercado com muitos stands vazios durante o verão. Cheguei um pouco tarde. O encarregado do mercado me disse que havia encontrado um local apropriado para mim que não causasse obstáculo para os demais. Considerei que o local não era ruim. O comerciante mais próximo também estava de acordo com que eu ficasse ali. Ao lado havia um amplo espaço sem comerciantes, as pessoas poderiam aproximar-se livremente.

Tudo parecia ir bem. Enquanto estava sentado no stand, uma mulher me disse: “Olá, logo haverá um evento no mercado, se colocar o seu stand aqui vai reduzir muito o espaço”. Não esperava que me apontasse como o responsável por isso. Já conhecia essa mulher há algum tempo; hoje já tinha tido problemas com outro comerciante do stand ao lado. Fiquei alerta. Percebi que ela iria me trazer problemas. Que poder ela tinha para decidir sobre os locais dos comerciantes? Minha ira aumentou.

Disse a ela que removeria quando o evento iniciasse. Ela não aceitou e foi buscar mais pessoas para que a apoiassem. Fui falar com o encarregado do mercado; o encarregado me falou que não queria se envolver nisso e procurou encontrar outro local para mim. Finalmente, mudei para outro local onde passavam menos pessoas. Mais tarde, essa mulher começou a jogar “gato e rato” comigo pedindo a outras pessoas para que me dissessem que, se por acaso os bombeiros viessem, meu stand estaria no meio do caminho.

Lembrei-me do trecho do Zhuan Falun e recitei: “Por isso, de agora em diante, quando você se encontrar com conflitos, não os tome como acidentais. Porque quando se produzem conflitos, eles aparecem repentinamente, mas não existem por casualidade; isso ocorre para que eleve o seu xinxing”. Compreendi que isso era uma prova para me elevar. Eu me tranquilizei e reconsiderei.

Isso era a minha prova de xinxing. Olhei para dentro para ver se havia algo que não havia feito bem. Em primeiro lugar, não havia conhecido os demais comerciantes, nem lhes permiti saber o que estava fazendo. Tinha sido uma boa oportunidade para esclarecer os fatos, já que eles seguramente não viriam ao meu stand. Em segundo lugar, ainda estava usando minhas noções humanas para fazer as coisas; deveria haver fluido com a situação e não buscar resultados; ter fé nos arranjos do Mestre. Também deveria procurar, da melhor maneira, aceitar transcender todas as provas inevitáveis para melhorar o meu xinxing.

Quando me lembro dessa mulher que me trouxe problemas, pude ver seus apegos e sua incapacidade para fazer bons negócios. Ainda que fosse mais astuta e mais egoísta que os outros, no final também terá que sofrer por todos os atos maus que cometeu. Ela me deu uma oportunidade para melhorar. Agradeço-a de coração. Isso também quer dizer que se tiver a oportunidade de encontrá-la novamente, eu não teria nenhum ressentimento em relação a ela; conversaria normalmente e com benevolência.

Como discípulos do Dafa, todos nós encontraremos dificuldades e tribulações no cultivo. Sempre que estudarmos continuamente o Fa, alinharmos nossas palavras e ações com o Fa superaremos as dificuldades e conseguiremos atravessar as duras provas; continuamente elevaremos o nosso xinxing. No futuro devo ter mais fé no Mestre, no Fa, me assimilar aos princípios de “Verdade-Compaixão-Tolerância” e fazer bem as três coisas.

Graças ao Dafa, fui capaz de eliminar gradualmente meus apegos e meu carma. Estudar continuamente o Fa tem expandido a minha mente. Estou transitando um caminho reto e maravilhoso.

Obrigado Mestre!

Obrigado companheiros praticantes!

Da conferência de Intercâmbio de Experiências de Madri 2014