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Entrevista Exclusiva – no 7º aniversário do “25 de abril”, Sr. Zhong Guichun fala sobre os motivos por trás da perseguição

26 de abril de 2006

Foto da época em que o Sr. Zhong Guichun era oficial de polícia na China

(Minghui.org) O sétimo aniversário do incidente em Zhongnanhai aconteceu 25 de abril de 2006. Os praticantes do Falun Dafa, procurando expor e parar a perseguição pelo PCC que durava sete anos, de todo o coração esclareciam ao mundo todo a verdade sobre o Falun Gong. Mas muitas pessoas, especialmente os ocidentais, ainda se perguntam "por que"? Vamos ver como o Sr. Zhong Guichun respondeu a esta pergunta.

O Sr. Zhong Guichun foi um dos chefes do Escritório de Segurança Política do Departamento de Polícia de Pequim, um Supervisor de Polícia de Classe II. Ele começou a aprender o Falun Gong em 1990, com o Sr. Li Hongzhi fundador da prática. [Nota do editor: O Departamento de Polícia de Pequim tem muitas seções, cada uma com muitos escritórios. Escritório está no nível mais baixo na hierarquia.O Supervisor de Polícia classe II equivale a Sargento na Nova Zelândia e efetivo nos Estados Unidos]

Entre o final de 1993 e o início de 1994, ele foi demitido de seu trabalho devido à sua prática e apoio ao Falun Gong, tornando-se assim, a primeira pessoa a ser maltratada por cultivar Falun Gong, e como praticante do Falun Dafa foi a primeira vítima que trabalhou dentro do sistema policial. O nome do Sr. Zhong Guichun era muito conhecido dos chineses, especialmente em Pequim. O Sr. Zhong precisou encontrar outro emprego: na empresa China Chemical Products Export and Import Corporation. Depois de 20 de julho de 1999, o regime de Jiang começou com a perseguição ao Falun Gong. O Sr. Zhong passou a ser monitorado de perto e perdeu a liberdade até 2003, quando foi para Nova Zelândia. Em 25 de abril de 2006, os jornalistas da Minghui.org e da Estação de Rádio Minghui de Nova York, entrevistaram o Sr. Zhong Guichun.

Em 25 de abril de 1999, 10 mil praticantes do Falun Dafa foram apelar junto ao Escritório Central de Apelações em Pequim, localizado perto do Complexo de Zhongnanhai. Eles solicitaram aos funcionários do Departamento de Polícia Civil de Tianjin que libertassem mais de 30 prisioneiros do Falun Dafa que haviam apelado na cidade de Tianjin.

Eles solicitaram permissão para publicar livros do Falun Gong e para o grande grupo do Falun Gong poder praticar em um ambiente legal e livre de ameaças. Mais tarde, o PCC e Jiang Zemin consideraram esse evento como o incidente do "ataque a Zhongnanhai (governo)", e em 20 de julho de 1999 foi usado como uma das principais razões para a proibição do Falun Gong.

Abaixo está a transcrição de nossa entrevista.

Repórter Minghui: Como você está Sr. Zhong? Você pode nos dizer quando você começou a aprender Falun Gong?

Sr. Zhong: Desde 1978, eu sempre estive interessado em diferentes práticas de cultivo do Qigong, e eu também li revistas de Qigong. Até 1989 eu havia tentado vários tipos de qigong, quando eu me cansei deles, porque os achei falsos, mentirosos, e sem ensinamentos verdadeiros. Eu desisti do qigong, e não tentei mais. Eu só pratiquei algumas artes marciais. Em 1990, tive a sorte de encontrar em Pequim o Mestre Li, fundador do Falun Dafa, e comecei a cultivar e seguir o Mestre Li.

Repórter: Você pode ser mais específico?

Sr. Zhong: Eu venho cultivando o Falun Dafa e seguindo o Mestre Li em Pequim desde 1990. O Mestre começou a divulgar o Fa para o público em 1992 e realizou treze palestras em Pequim. Ao cultivar, também ajudei o Mestre a divulgar o Fa. Eu era um policial naquela época, então eu protegi o Mestre, porque eu achei que Pequim era um lugar estranho para divulgar a prática e era um ambiente complicado de qigong. O Falun Gong do Mestre era tão bom e eu sabia que por motivos ocultos, e por detrás das costas as pessoas o estavam amaldiçoando, então eu o protegi secretamente. Foi o que eu fiz.

Repórter: Qual era a situação quando o sistema policial o demitiu?

Sr. Zhong: Eu sabia de antemão que tinham tomado conhecimento do Falun Gong. Havia mais de 2 mil diferentes tipos de qigong, e entre eles estava o Falun Gong do Mestre Li Hongzhi, que era o mais reto. Entre todos os qigongs, seus efeitos curativos foram os melhores e os mais milagrosos em todo o país. Todos sabiam do Falun Gong e que o Mestre era a pessoa mais nobre, compassiva e gentil. Muitos funcionários do governo estadual, do sistema partidário e do exército, bem como pessoas de todas as esferas sociais, estudantes universitários e intelectuais praticavam o Falun Gong. Com esta situação, o sistema de segurança política do PCC e o sistema policial tiveram conhecimento do Falun Gong.

Repórter: Isso foi entre qual período?

Sr. Zhong: Entre 1993 e 1994.

Repórter: Com o Falun Gong sendo tão bom, seus efeitos curativos sendo tão bons e muitas pessoas do Governo Central local querendo aprender e se beneficiar dele, por que a polícia adotou uma atitude hostil?

Sr. Zhong: Na verdade havia muitas pessoas dentro do sistema policial que estavam aprendendo Falun Gong, e todas sabiam que o Falun Dafa era bom, e que o Mestre do Falun Gong era muito bondoso. O sistema de Segurança Política do PCC tinha uma posição especial: sua função era trabalhar especificamente para o poder político do partido, e como cães de guarda do partido, tornaram-se seus olhos e seus ouvidos. O objetivo único e constante era servir ao partido. Então, por que foi dada tanta atenção ao Falun Gong quando era sabido que o Falun Gong era tão bom? Pode ser devido ao próprio interesse do Sistema de Segurança Política. Eles provavelmente pensaram que o Falun Gong poderia ser usado politicamente. Minhas palavras podem ser entendidas muito bem por esses trabalhadores da divisão de segurança política, incluindo agentes de segurança do Estado, e todos vão compreender o significado da expressão "usado politicamente".

Repórter: Então você quer dizer que a razão para essa perseguição não está relacionada com o nível de entendimento do líder do PCC, ou sobre a eficácia Falun Gong, mas porque o PCC queria fazer uso do Falun Gong e, uma vez que o Falun Gong se recusou, eles começaram a perseguir o Falun Gong? É isso que você quer dizer?

Sr. Zhong: Sim, pode ser entendido assim. Os funcionários do PCC sempre cuidaram somente dos objetivos do partido. Por exemplo, eles não se preocupavam com aqueles que assassinavam ou como e onde eles causavam incêndios ou como tratavam os criminosos, porque essas ações não influenciavam nas promoções dos cargos, nem com o enriquecimento deles. Ações políticas é que normalmente estão relacionadas com essas promoções, se as ações forem determinadas pelos níveis superiores. Os benefícios próprios que mencionei são a razão pela qual a Divisão de Segurança Política do PCC insiste em perseguir o Falun Gong. Eles querem caluniar o Falun Gong, criar provas falsas, informar o Comitê Central do PCC e conseguir a atenção dele. Eles querem satisfazer os níveis superiores com difamação sistemática, fabricando e criando pretextos e evidências para a perseguição. A perseguição ao Falun Gong pelo sistema de Segurança Política do PCC foi especificamente para agradar Luo Gan e Jiang para promover Luo Gan ao Politburo Central pelo "mérito" na perseguição. Inicialmente, a Divisão de Segurança Política do PCC dentro do sistema policial estava prestes a ser anexada ao sistema da Secretaria de Segurança do Estado, mas devido à sua estrutura e à perseguição ao Falun Gong, isso resultou não apenas no não rebaixamento de nível da Divisão de Segurança Política do PCC dentro do sistema policial, como também na ampliação da sua estrutura, da necessidade de equipamentos, de pessoal e de benefícios, e na estabilidade de sua posição dentro do sistema policial. A divisão de Segurança Política do PCC se ligou à Agência 6-10 e se tornou o Sistema de Segurança do Estado, recebendo melhores equipamentos, fundos e pessoal. Eles asseguraram sua posição dentro do sistema policial e atingiram seus objetivos.

Jiang é muito ciumento, especialmente pela popularidade do Mestre Li. Jiang é muito limitado e ficou com muito medo porque o Falun Gong ficou com mais de 100 milhões de praticantes. A razão para perseguir o Falun Gong é extremamente ridícula. O que eu disse a vocês é tudo realidade.

Repórter: Há algum documento que tenha ordenado e planejado diretamente a perseguição ao Falun Gong?

Sr. Zhong: No início não havia documentos. A razão de eu saber disso, com certeza é porque a área da unidade de trabalho em que eu estava era encarregada de detectar, investigar outras nacionalidades, religiões, pessoas com opiniões diferentes e outros partidos democráticos, ativistas de movimentos democráticos e grupos sociais de qigong. Qigong era um dos grupos que nós vigiávamos.

Repórter: Muitas pessoas que vivem no exterior viram um documento que diz que Zhu Rongji, o primeiro-ministro chinês na época, reconheceu a integridade do Falun Gong e disse que o Falun Gong havia economizado para a China grandes despesas médicas. Quando os praticantes do Falun Gong foram ao Escritório de Apelações ao Conselho de Estado, Zhu Rongji se reuniu com os representantes dos praticantes e teve uma boa conversa com eles. Depois, quando o Primeiro Ministro reconheceu positivamente o grupo e que ele iria beneficiar a economia e a estabilidade nacional e social, muitas pessoas estranharam essa proibição. Não é um pouco estranha a relação entre o regime central e o sistema de Segurança Nacional sobre o qual você falou?

Sr. Zhong: Não é tão estranha porque quando o sistema político e de segurança da polícia quer fazer alguma coisa acontecer, e se atenção for dirigida a uma organização social, o sistema vai arquivar casos, conduzir investigações e inspeções e, então fazer acontecer uma série de coisas. Os funcionários do alto escalão do PCC necessariamente não sabem disso. Como primeiro-ministro do país, Zhu Rongji deu, à época, ênfase à economia. Ele realmente não sabia o que as pessoas do Sistema Político e de Segurança estavam fazendo. Se eu sou chefe de seção ou de uma unidade de política e segurança, gostaria de ter um novo caso a cada ano; por exemplo, um caso maior que chocasse toda uma cidade ou mesmo toda a nação, algo que chamasse a atenção do comitê central do PCC e de meus superiores. Certos casos não requerem necessariamente o conhecimento de funcionários do alto escalão do Estado durante o processo.

Repórter: O incidente do dia 25 de abril foi também montado dessa forma?

Sr. Zhong: Para todas as operações do Sistema Político e de Segurança, na trama de todas essas conspirações, incluindo o sistema político e de segurança nacional de Pequim até o Gabinete No. 1 do Ministério da Segurança Pública, Luo Gan é quem tinha um conhecimento claro de todas as operações, porque Luo Gan estava encarregado da Política e da Lei. Quanto a Jiang Zemin, ele não sabia nada a princípio. Jiang Zemin só viu que seu poder político estava ameaçado. Jiang Zemin é simplesmente ciumento. Ele estava extremamente enciumado do Mestre do Falun Gong. Jiang Zemin é obstinado e invejoso. Depois, ele temia que pessoas demais estivessem praticando o Falun Gong; 100 milhões de pessoas praticavam o Falun Gong. Os que circundavam Jiang Zemin o assustaram dizendo-lhe que ele perderia o poder se não pusesse um fim ao Falun Gong. Jiang Zemin ficou com tanto medo disso que então eles provocaram o incidente de 25 de abril de 1999, comandando o chamado "cerco e ataque à Zhongnanhai". Na realidade, o Apelo de 25 de abril foi para defender o direito à liberdade de crença dos praticantes do Dafa. Eles estavam apelando para o Escritório de Apelações da nação. Eles estavam dizendo ao governo que o Dafa é bom para o país e para o povo, e que havia trazido muitos benefícios e nunca havia causado danos. É uma prática maravilhosa e há muitos fatos sobre os quais eles tentaram informar os líderes do Estado e as agências governamentais correlacionadas.

De acordo com a Constituição chinesa, qualquer pessoa pode fazer apelação; portanto, ela era perfeitamente legal. A polícia chamou-a de ilegal. Era um apelo, mas caluniosamente o chamaram de "cerco e ataque". Foi assim que foi. Ele [Luo Gan] relatou isso ao comitê central do PCC e a Jiang Zemin, e Jiang Zemin acreditou nele assim que conseguiu o vídeo. Luo Gan – dessa maneira – criou evidências para justificar a perseguição. Eles não se preocupam com o crescimento econômico, com a vida das pessoas ou com a estabilidade social. Eles só se preocupam com seus próprios interesses. Eles são exatamente assim.

Repórter: Antes desta entrevista, você disse que pessoas em muitas áreas, incluindo os militares, apoiavam o Falun Gong. O que você quer dizer com "apoio"?

.Sr. Zhong: Eles simplesmente sabiam que o Falun Gong era bom. Eles mesmos estavam praticando o Falun Gong, incluindo alguns policiais armados, pessoas no exército e outros sistemas. Eu sei sobre eles. Eu conhecia muitos oficiais militares que estavam acima do nível de divisão e alguns chefes do exército; alguns eram oficiais militares aposentados, membros do Exército Vermelho, oficiais que lutaram na guerra sino-japonesa, na Guerra de Libertação, oficiais militares em diferentes níveis. Eles e suas famílias, todos estavam praticando o Falun Gong. Eu sabia tudo sobre isso.

Repórter: Você esteve em Pequim em 25 de abril de 1999?

Sr. Zhong: Eu estava em Pequim em 25 de abril de 1999. Eu pessoalmente testemunhei o apelo pacífico de 25 de abril de 1999, quando 10 mil pessoas apelaram.

Repórter: Como você soube sobre as informações da cidade de Tianjin?

Sr. Zhong: Um colega de faculdade me telefonou e me disse que He Zuoxiu publicou em uma revista artigos difamando o Dafa. Este praticante tinha ido para a Agência da Revista em Tianjin para esclarecer a verdade. O governo da cidade de Tianjin deliberadamente se recusou a resolver o problema. Eu também pensei que com isso a polícia estava tentando de propósito criar um incidente mais grave. Essas pessoas no poder usaram vários pseudocientistas e chamados mestres de qigong para publicar artigos nos jornais para atacar o Dafa, sabendo que os praticantes do Falun Gong certamente não ficariam sentados sem fazer nada. Eles sabiam disso, então eles propositadamente faziam essas pessoas atacarem o Falun Gong. O governo da cidade de Tianjin propositadamente se recusou a resolver o problema e deixou a questão crescer. Só os agentes do Departamento de Polícia da Cidade de Tianjin, prenderam mais de 50 praticantes do Falun Gong. O chefe do departamento de polícia mentiu e disse que o Departamento de Polícia da cidade de Tianjin não havia prendido uma única pessoa. Alguns praticantes me chamaram e disseram que o governo da cidade de Tianjin não podia resolver o problema, e que a polícia não iria libertar os praticantes. Eles não podiam resolver o problema, e nos disseram para irmos até o nível superior do governo. Portanto, não tivemos escolha senão irmos a Pequim e apelar junto ao comitê central do PCC e ao Escritório de Apelações. Em 25 de abril, o colega praticante me disse para apelar junto ao Escritório de Apelações do Conselho de Estado e dizer ao governo que o Falun Dafa era bom, e apelar para libertação dos prisioneiros do Falun Gong, pela autorização da impressão dos livros do Dafa e por um ambiente tranquilo para os praticantes do Falun Gong praticarem sua crença. Isso é tudo. Então eu fui.

Repórter: Os três pedidos foram os feitos na ocasião dessa situação?

Sr. Zhong: Sim, isso era o que estava acontecendo. Como o sistema policial estava envolvido, ele estava dirigindo os incidentes desde o início. Posteriormente, a polícia se juntou ao Escritório de Imprensa e Publicação e outras agências relacionadas para parar com a publicação dos livros do Falun Gong. Eles enviaram policiais para perseguir os praticantes do Falun Gong quando estavam fazendo exercícios ao ar livre. Então os praticantes não tiveram escolha senão apelar a um nível superior do governo e para o Escritório de Apelações para informá-los sobre essa violência e pedir um ambiente livre para os praticantes do Dafa. Foi assim.

Repórteres: Documentos mostram que em todas as cidades da China e especialmente em alguns parques no meio da cidade de Pequim, muitos praticantes de Falun Gong estavam fazendo exercícios nas áreas verdes. Isso terminou em abril de 1999?

Sr. Zhong: Sim, tudo. A polícia enviou grupos de patrulha, polícia anti-motim e inspetores de cidades para destruir esses locais de prática de cultivo. Eles fizeram intencionalmente.

A polícia enviou policiais armados, grupos de patrulha e bombeiros para interferir com os praticantes. Alguns focaram especialmente o Falun Gong. Por exemplo, quando me juntei ao grupo de exercícios, estávamos na State Oceanic Administration, local de prática do outro lado da Sinochem Corporation. Todas as manhãs, cerca de mil pessoas faziam os exercícios nesse local de prática; era realmente um espetáculo. Todos os transeuntes e motoristas olhavam para nós, era realmente sublime. Isso acabou antes mesmo de 25 de abril. A polícia montou barricadas de metal para bloquear e destruir o ambiente da prática. Enviaram inspetores da polícia e da cidade para destruir todos os locais de prática onde nós fazíamos exercícios como um grupo, de forma que nós não poderíamos ter um ambiente tranquilo para fazer os exercícios. Eles deliberadamente interferiram conosco. A polícia estava fazendo exatamente isso.

Repórter: Até onde você sabe, quantas pessoas praticavam o Falun Gong antes da perseguição em 1999?

Sr. Zhong: Antes da perseguição havia quase 100 milhões de pessoas praticando Falun Gong. Eu sei muito bem.

Repórter: Quantos em Pequim?

Sr. Zhong: Mais de um milhão em Pequim.

Repórter: Pelo que você nos disse, a completa perseguição ao Falun Gong começou em 1999, mas isso não se enquadra na propaganda oficial do PCC, que diz que o Falun Gong atacou Zhongnanhai em 25 de abril ou que o Falun Gong está instigando a superstição ou proibindo as pessoas de tomar medicamentos.

Sr. Zhong: Sim. Eles estavam enquadrando o Falun Gong e enganando as pessoas. A polícia estava atenta em coletar outras informações sobre qigong que poderiam usar para o Falun Gong. Eles responsabilizaram o Falun Gong por todos os problemas que aconteceram com outras práticas de qigong. Há tempo eles estavam coletando esse tipo de informação.

Repórter: Parece que o sistema de polícia não se importava com as acusações contra o Falun Gong, desde que elas pudessem gerar algumas conquistas e provocar alguns incidentes para que eles conquistassem promoções e dinheiro, e as coisas correram como planejaram. As acusações só foram feitas para enganar o público?

Sr. Zhong: Sim. O público não estava ciente dos fatos internos. Somente as pessoas que trabalhavam nessa área sabiam dos fatos internos. Nenhum dos meus colegas que trabalhavam em outras áreas conhecia os fatos internos das operações do sistema de Política e Segurança. Alguns desses colegas trabalhavam para a polícia criminal, alguns como investigadores, alguns no controle de segurança social, administração familiar, agentes de segurança, bombeiros e outras áreas. Mesmo alguns chefes de escritório não sabiam a história interna. Eram pessoas que não se envolveram a esse respeito, incluindo chefes de gabinete que não entendiam a área política e segurança. Eles não começaram suas carreiras nesse campo. Apenas as pessoas que trabalhavam no sistema político e de segurança sabiam "mais".

Repórter: Você poderia nos dizer suas impressões sobre o Mestre Li Hongzhi, o fundador do Falun Gong?

Sr. Zhong: A profunda impressão que o Mestre deixou em mim foi a sua enorme compaixão e dignidade. Essa foi a minha impressão. Outra impressão foi que o Mestre é muito justo e honesto. Por exemplo, quando estávamos lidando com outros mestres de qigong, eles muitas vezes nos pediam para ajudar com isso e aquilo. Eu os ajudei tanto quanto pude. Mas o Mestre nunca nos pediu nada. Tudo o que fizemos foi o que realmente queríamos fazer. O Mestre nunca nos ordenou ou pediu que fizéssemos algo por ele. Todos os dias quando saíamos, era conveniente eu dirigir por causa da minha ligação com o escritório de segurança pública. Eu tentei oferecer algumas facilidades para o Mestre quando ele estava dando palestras em Pequim, como levá-lo e deixá-lo nos lugares necessários. O Mestre sempre me perguntava: "Xiao Zhong, isso está correto? Você pode fazer isso?" Toda vez que o Mestre perguntava: "Isso é correto? Isso é permitido em seu local de trabalho?" Eu via como o Mestre era tão gentil e tão atencioso. Toda vez que eu respondia, "Está tudo bem." Então o Mestre sorria. Eu sentia que o Mestre se preocupava com os praticantes, seus familiares, se eles estariam felizes, e se os líderes do local de trabalho estariam felizes. Embora isso tudo fosse coisas pequenas, o Mestre sempre considerava os outros primeiro, mas não o quanto algo seria conveniente para ele. Quanto mais vimos que o Mestre agia assim, mais desejávamos do fundo do nosso coração fazer o que pudéssemos para ajudar o Mestre e segui-lo para divulgar o Fa. O Mestre nunca quis incomodar seus discípulos. Toda vez que ele vinha de Changchun para Pequim, o Mestre pegava ônibus. Ele nos avisava somente depois que o ônibus chegava em Pequim, porque ele não queria nos trazer problemas senão, caso contrário, nós poderíamos ir buscá-lo. Quando ele estava deixando Pequim, o Mestre tentava mais ainda não nos deixar saber. Sabíamos que o Mestre ficava preocupado com a possibilidade de nós comprarmos passagens ou presentes para ele. Sabíamos que o Mestre não queria incomodar seus discípulos. Sempre era assim. Às vezes nós descobríamos e íamos à estação para buscá-lo. Mas na maioria das vezes não sabíamos. O Mestre era sempre assim. Na vida diária, ele também se importava muito com a gente. Naquela época, nossos salários eram baixos. O Mestre também não era rico. Por exemplo, quando saíamos com o ele para o Templo de Jietai, ou outros templos, no nosso caminho de volta, nós parávamos na estrada em alguns pequenos restaurantes. Pedíamos uma panqueca frita, um prato de macarrão, ou algo extremamente simples. O Mestre comia conosco, mas ele nunca nos deixou pagar. Ele sempre pagava. A partir dessas pequenas coisas, tudo o que o Mestre fazia era muito tocante.

Ao falar sobre como o Mestre se preocupa com seus discípulos, eu gostaria de contar uma pequena história. Em 1994, o Mestre foi a Chongqing para dar palestras e eu fui com o Mestre. Havia outro praticante mais velho, Li Xuejun, que estava encarregado de ensinar os movimentos. Eu estava seguindo o Mestre para todos os lugares e o ajudando a manter a ordem, etc.

Depois de alguns dias de palestras, vimos que o Mestre comia macarrão instantâneo todos os dias. As palestras eram todas à noite. O mestre nunca comia antes de uma palestra, e depois da palestra cozinhava só um pacote de macarrão instantâneo com água quente O Mestre sempre fazia isso. Naturalmente quando o Mestre comia algo tão simples, nós também comíamos algo simples. Alguns dias depois, o Mestre chamou a mim e a Xuejun, e nos levou a um restaurante no sopé da montanha, um restaurante que tinha um cardápio. Estávamos sentados em uma mesa. O mestre mesmo fez os pedidos – lembro-me que ele pediu quatro pratos. Quando os pratos foram trazidos para a mesa, o Mestre deixou a mim e Xuejun comer. O Mestre não comeu, ele ficou sentado lá e ficou nos observando, como se fôssemos seus próprios filhos. Eu não consegui esquecer isso.

A partir dessas coisas, podemos ver como o Mestre é grandioso e compassivo. O Mestre se preocupa com seus discípulos em todos os aspectos. Há muitos, muitos exemplos. Algumas coisas eu nem consigo lembrar dos detalhes. Essas histórias são inúmeras. Não só nós, mas também outros praticantes, todos sentimos que o Mestre estava muito preocupado com a gente. Pense nisso, depois de entrarmos no Dafa, somos todos iguais, discípulos veteranos ou novos. Todos nós nos banhamos na luz de Buda. Nós somos muito afortunados! O Mestre é assim. Mais uma coisa, o Dafa do Mestre - Falun Gong –, se você o praticar, ele é muito maravilhoso e mágico.

Repórter: Você foi demitido de seu trabalho e perdeu sua liberdade porque você praticava o Falun Gong. Agora você teve que deixar seu país de origem. Você está arrependido?

Sr. Zhong: Não. Eu levo essas coisas com alegria. Eu me sinto muito e muito feliz por me ter sido dada a oportunidade de me tornar um praticante do Dafa, tornar-me um discípulo do Mestre e ser capaz de praticar o Dafa. Quanto mais eu pratico, mais eu percebo que esta oportunidade é tão preciosa que leva dezenas de milhares de anos para voltar a acontecer.

Repórter: Você começou a praticar o Falun Gong em 1990. Você deve conhecer muitos amigos e praticantes em Pequim. Você sabe como eles estão agora?

Sr. Zhong: Sim. Entre os discípulos veteranos, em todo o país e especialmente em Pequim, todos os praticantes me conheciam, por eu ter sido um dos primeiros discípulos do Mestre. Desde a perseguição ilegal, a situação mudou muito. Depois destes anos de retificação do Fa, creio que agora todos eles compreendem o que é o Fa, o que é o PCC e por que o PCC persegue o Falun Gong. Eu acredito que eles entendem ou começaram a entender.

O que eu gostaria de lhes dizer é que devemos dizer a verdade a uma quantidade maior de pessoas, e para que todos saibam a verdade sobre essa perseguição. Para os praticantes na China continental, o ambiente para a prática e para a retificação do Fa é muito importante. Em suas palestras fora da China, o Mestre disse que os praticantes na China continental são o corpo principal. Espero que aqueles praticantes na China continental ajam como um corpo principal, e que nós façamos o que devemos fazer para acabar com essa perseguição.

Repórter: Muito bom, Sr. Zhong. Obrigado por aceitar a entrevista para o Minghui.