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Washington Post: China pondera sobre acusação de homicídio contra jornalistas estrangeiros

9 de fevereiro de 2001 |   Philip P. Pan - Washington Post Foreign Service - Terça, 08 de fevereiro de 2001

[Nota do Editor: o governo chinês disse que o vídeo que mostraram na TV estatal era da CNN. Isso é realmente verdade? Veremos se essa acusação contra jornalistas estrangeiros é outro modo de colocar a culpa nos outros. Além disso, a autoimolação em Tiananmen não tem nada a ver com os praticantes de Falun Gong.

(Pequim, 8 de fevereiro) A polícia chinesa pode apresentar acusações de homicídio contra jornalistas da CNN e outros repórteres estrangeiros alegando que estes sabiam de antemão que cinco membros do banido grupo espiritual Falun Gong iriam atear fogo em si mesmos na Praça da Paz Celestial (Praça Tiananmen) no mês passado, de acordo com um artigo publicado em dois jornais estatais.

O artigo no Yangcheng Evening News e no Southern Daily disseram que a polícia vai considerar acusar os repórteres de “apoio e assistência ao suicídio” se puderem provar que estes estavam envolvidos no planejamento do incidente de 23 de janeiro, que deixou uma mulher morta e outros quatro hospitalizados em condições críticas, incluindo uma menina de doze anos de idade.

Esse é o último ataque verbal na crescente campanha do governo para desacreditar o Falun Gong apontando-o como [nas palavras difamadoras do governo chinês] um perigo apoiado pelas “forças estrangeiras anti-China” e ganhar apoio para seu esforço de dezoito meses para esmagá-lo. Cenas da gravação das autoimolações, incluindo uma tomada da menina, com seu rosto preto, chorando por sua mãe, estão sendo transmitidas regularmente na televisão estatal e têm incitado a raiva da população contra eles [o grupo].

O bombardeio da mídia vem enquanto Pequim se prepara para receber a delegação que irá avaliar sua oferta para os Jogos Olímpicos de 2008. O registro de protestos contra a situação dos direitos humanos na China ajudou a acabar com a oferta da cidade para os Jogos de 2000, há sete anos, mas oficiais chineses dizem que as medidas enérgicas contra o Falun Gong não devem ser usadas como desculpa para recusar o país novamente. Oficiais chineses expressaram frustração com os jornalistas estrangeiros que noticiaram a repressão do governo ao Falun Gong, e o artigo sobre a investigação do papel destes nas autoimolações pode ser visto como uma tentativa de intimidação.

Exposto de forma proeminente em muitos sites da Internet Chinesa, a matéria alega que o vídeo de vigilância mostrou seis ou sete repórteres da CNN. A Associated Press e a Agence France-Press chegaram apenas dez minutos antes das autoimolações acontecerem e se posicionaram perto dos membros [do grupo]. Também foi dito que as atormentadoras cenas de close-up do incidente transmitidas na Televisão Central da China, foram tiradas da fita confiscada da CNN. Isso foi dito em resposta aos primeiros questionamentos feitos pelos líderes de Falun Gong no estrangeiro sobre o por que do governo de repente ter uma equipe de filmagem no local para filmar o incidente.

Mas a CNN, a AP e a AFP negaram ter qualquer conhecimento prévio de que as autoimolações iriam ocorrer. A AP e a AFP disseram que seus repórteres nem estavam na praça naquele momento. Eason Jordan, chefe executivo de notícias e presidente de captação de notícias da CNN, disse que um produtor e um cameraman testemunharam as autoimolações, mas apenas porque estavam fazendo uma checagem de rotina da praça devido aos protestos sobre o Falun Gong na véspera do Ano Novo Chinês, que foi marcado por protestos um ano atrás. Ele disse que a filmagem usada nas reportagens da televisão chinesa não poderia ter vindo das fitas de vídeo da CNN porque o cameraman da CNN foi preso quase imediatamente depois do incidente começar.

As cenas de close-up, exibidas na televisão chinesa, parecem ter sido feitas sem qualquer interferência da polícia. Em algumas, a câmera está claramente atrás das barricadas da polícia e posicionada diretamente sobre os aparentes membros [do grupo]. Além do mais, a filmagem das câmeras suspensas de vigilância na Praça Tiananmen parece mostrar um homem usando uma pequena câmera de vídeo portátil para filmar a cena, não uma câmera grande de televisão.

Artigos na imprensa chinesa, particularmente aqueles relacionados a assuntos sensíveis, são geralmente aprovados por vários oficiais do partido antes da publicação. O jornal que publicou esse se recusou a comentar, e o porta-voz do Ministro de Segurança Pública não respondeu as questões enviadas por fax a ele.

(C) 2001 The Washington Post